Câmara do Porto quer delegar competências à STCP Serviços

O executivo camarário presidido por Rui Moreira vai votar na próxima semana uma proposta que pretende tornar a STCP Serviços responsável pelo planeamento e gestão de infra-estruturas auxiliares aos transportes públicos do Porto.

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O Terminal Intermodal de Campanhã poderá vir a ser gerido pela STCP Nelson Garrido

O executivo da Câmara do Porto vota na segunda-feira a delegação de competências à STCP Serviços relacionadas com a mobilidade e gestão de infra-estruturas auxiliares ao transporte público, como a gestão do Intermodal de Campanhã.

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O executivo da Câmara do Porto vota na segunda-feira a delegação de competências à STCP Serviços relacionadas com a mobilidade e gestão de infra-estruturas auxiliares ao transporte público, como a gestão do Intermodal de Campanhã.

Na proposta, a que a Lusa teve hoje acesso, a vereadora com o pelouro da mobilidade, Cristina Pimentel, esclarece que o município pretende “confiar à STCP Serviços a execução de várias tarefas” relacionadas com a mobilidade e gestão de infra-estruturas, mediante a celebração de um contrato-programa.

Entre as competências a delegar, destaca-se a exploração e gestão do Terminal Intermodal de Campanhã, do Terminal das Camélias e do Terminal do Bom Sucesso, património que se “mantém na esfera jurídica do município do Porto”.

Segundo a proposta, a exploração dos terminais e interfaces realizar-se-á segundo as normas dos regulamentos municipais.

Os meios auxiliares à deslocação entre cotas, como o Funicular dos Guindais, o Elevador da Lada, as escadas do Monte dos Judeus, o futuro elevador do Palácio de Cristal e escadas das Virtudes, serão confiados à “exploração e gestão” da STCP Serviços.

A par destas infra-estruturas, é também confiada à empresa “a realização de todos os estudos necessários para a operacionalização” do ramal da Alfândega com um sistema de transporte público compatível com a utilização do canal para modos suaves.

A gestão dos parques de estacionamento da titularidade da Câmara do Porto, nomeadamente da Trindade, do Duque de Loulé, dos Caminhos do Romântico e da Viela do Anjo, será também colocada “à disposição” da STCP Serviços.

Já nos parques de estacionamento explorados por operadores privados, como o da Ribeira, Palácio da Justiça, Praça de Lisboa, Praça Gomes Teixeira, Praça Carlos Alberto, Praça D. João I e Avis, Castelo do Queijo e Adelino Amaro da Costa, a STCP Serviços ficará com a função de “gestor contratual”.

No âmbito da delegação de competências, a STCP Serviços passa, entre outras valências, a “poder utilizar as vias públicas municipais para o exercício das suas funções”, a “requerer a constituição de servidões e a expropriação por utilidade pública”, a praticar “todos os actos relativos à preparação, lançamento, condução e contratualização dos processos administrativos de contratação pública em benefício e representação do município”, bem como a proceder à “cobrança de taxas, tarifas e preços”.

O contrato-programa a celebrar prevê, no âmbito do Plano de Logística Urbana, que a STCP Serviços seja responsável pelo “planeamento e gestão” de um conjunto de infra-estruturas de apoio à logística urbana, conjugando as infra-estruturas de apoio ao transporte público e individual, com as infra-estruturas de apoio à logística.

“A delegação de competências pelo município do Porto na STCP Serviços é necessária e adequada à execução por esta empresa das actividades que lhe irão ser confiadas através do contrato-programa”, observa a vereadora Cristina Pimentel.

A STCP Serviços tem como única accionista a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), cujo capital e participações sociais foram transferidos do Estado para os municípios do Porto (53,69%), Vila Nova de Gaia (12,04%), Matosinhos (11,98%), Maia (9,61%), Gondomar (7,28%) e Valongo (5,4%).