Novos empréstimos para compra de habitação cresceram 34% em 2021

Particulares pediram quase 22 mil milhões de euros em novos empréstimos, com 15,2 mil milhões para compra de casa. Depósitos subiram.

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Apesar da forte subida de preços, muitos portugueses continuam a comprar casa Miguel Manso

O crescimento do crédito à habitação foi visível ao longo de 2021, apesar do impacto da pandemia de covid-19, e o saldo final revela um aumento dos novos empréstimos em 34%, para um total de 15.966 milhões de euros. Trata-se do montante mais elevado desde 2007, e contrasta com o crescimento modesto de 2020, em que totalizou 11,4 mil milhões de euros, apenas mais 800 milhões de euros que no ano pré-pandemia.

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O crescimento do crédito à habitação foi visível ao longo de 2021, apesar do impacto da pandemia de covid-19, e o saldo final revela um aumento dos novos empréstimos em 34%, para um total de 15.966 milhões de euros. Trata-se do montante mais elevado desde 2007, e contrasta com o crescimento modesto de 2020, em que totalizou 11,4 mil milhões de euros, apenas mais 800 milhões de euros que no ano pré-pandemia.

O crescimento do crédito à habitação resulta da evolução em alta dos preços, que cresceram cerca de 50% em cinco anos, em termos de valor mediano, mas também das baixas taxas de juro e do “apetite dos bancos por este tipo de crédito, num período do forte crescimento dos depósitos.

De acordo com dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), o total de novos empréstimos aos particulares ascendeu a 21.966 milhões de euros, quando somados os 4442 mil milhões de euros de crédito ao consumo e os 2254 mil milhões de euros para outros fins.

Face a 2020, o crescimento do novo crédito ao consumo foi de 10%, mas está ainda abaixo do volume pré-pandemia (5,3 mil milhões de 2019), ao passo que a progressão do crédito para outros fins foi de 2% (2,3 mil milhões em 2019).

A taxa de juro média dos novos contratos de crédito à habitação terminou o ano em 0,83%, acima de 0,80% de Dezembro de 2020.

No crédito ao consumo, a taxa do último mês do ano situou-se em 7,47%, também superior aos 6,96% de Dezembro de 2020.

O montante de novos depósitos de particulares voltou a crescer em 2021, atingindo 43.016 de milhões de euros, mais 284 milhões do que no ano anterior. Em Dezembro, a taxa de juro média manteve-se no mínimo histórico de 0,04%.

Os novos empréstimos às empresas atingiram 20.826 milhões de euros, uma queda de 12.721 milhões de euros face a 2020, explicada pelo facto de nesse ano terem sido disponibilizadas “linhas de crédito de apoio às empresas no âmbito da pandemia”.

A taxa de juro média dos novos empréstimos fixou-se em 2% em Dezembro de 2021, ligeiramente acima dos 1,99% registados no mesmo mês de 2020 Dezembro de 2020.