Relâmpago com cerca de 800 km atravessa três estados norte-americanos. É um novo recorde
Tem cerca de 800 km e ultrapassou o recorde do ”flash” mais longo de sempre. O fenómeno foi registado esta semana e atravessou os céus de três estados norte-americanos.
A novidade não está no fenómeno, mas no comprimento. Um relâmpago com cerca de 800 km (768 km) registado pelos satélites da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA na sigla em inglês) percorreu três estados norte-americanos e ultrapassou o recorde do "flash" mais longo de sempre, revela a BBC. Mississípi, Louisiana e Texas foram os estados abrangidos pelo fenómeno meteorológico.
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A novidade não está no fenómeno, mas no comprimento. Um relâmpago com cerca de 800 km (768 km) registado pelos satélites da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA na sigla em inglês) percorreu três estados norte-americanos e ultrapassou o recorde do "flash" mais longo de sempre, revela a BBC. Mississípi, Louisiana e Texas foram os estados abrangidos pelo fenómeno meteorológico.
O registo foi agora validado pelos cientistas e ultrapassa o anterior recorde que pertencia a um raio com 709 km registado em 2018 ocorrido no Brasil.
Em declarações à Organização Meteorológica Mundial (OMM), o especialista Ron Holle revelou que este não foi um acontecimento isolado e que o mesmo aconteceu “durante trovoadas activas”. “Sempre que se ouve um trovão, é conveniente encontrar um lugar seguro”, alerta.
Segundo os especialistas, os relâmpagos de longo comprimento ocorrem quando existem descargas eléctricas entre uma grande quantidade de nuvens. “Em certas condições de muita instabilidade, muito vento, muita precipitação, há descargas eléctricas entre nuvens muito mais extensas em comprimento”, começa por explicar ao PÚBLICO José Luís Santos, professor do Departamento de Física e Astronomia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).
Os cientistas têm observado o fenómeno com mais frequência nos últimos 20 anos e, nestes casos, o raio pode propagar-se “a uma velocidade de 400 ou 500 km por hora” por centenas de quilómetros.
José Luís Santos acrescenta ainda que o facto de os maiores relâmpagos registados terem ocorrido em países da América do Norte e Sul estão relacionados com os factores temperatura e humidade. “Acontece com muita frequência no Brasil, na Amazónia, porque é uma zona muito quente. Quanto mais quente é a região mais rápido é o movimento de massas de ar, o que é o ideal. E por outro lado ajuda muito haver gotículas de água”, conclui.
É raro que os raios se estendam para lá dos 16 km de comprimento ou tenham uma duração superior a um segundo. Contudo, existem registos que dão conta de um relâmpago que passou pelos céus de Uruguai e Argentina, em 2020, registando um máximo de 17,1 segundos, ultrapassando, assim, a meta anterior de 16,7 segundos.
“Estes são registos extraordinários de relâmpagos”, afirma Randall Cerveny da OMM, acrescentando que é provável que existam raios maiores, “e que os possamos observar à medida que a tecnologia de detecção melhora.”
Para além de extraordinários, os raios são também perigosos, já que podem provocar danos materiais e humanos. A OMM não deixou escapar esta última ideia, alertando para que a população mundial tenha cuidado durante as tempestades. Em 1975, um único relâmpago provocou a morte de 21 pessoas que se encontravam dentro de uma tenda no Zimbabwe. Em 1994, um raio atingiu a cidade egípcia de Dronka e provocou um incêndio que matou 467 pessoas.