Preços das casas voltam a crescer a dois dígitos no terceiro trimestre
O preço das casas em Portugal fixou-se em 1311 euros por metro quadrado no terceiro trimestre de 2021, um aumento de 12,2% face a igual período do ano anterior.
O mercado habitacional continua a não dar sinais de abrandamento e os valores das casas batem recordes sucessivos. No terceiro trimestre de 2021, o preço mediano de vendas em Portugal cresceu mais de 12% e ultrapassou, pela primeira vez, os 1300 euros por metro quadrado. Mesmo em Lisboa, onde o mercado chegou a registar uma desaceleração nos trimestres anteriores, já há novamente aumentos a dois dígitos dos preços da habitação.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O mercado habitacional continua a não dar sinais de abrandamento e os valores das casas batem recordes sucessivos. No terceiro trimestre de 2021, o preço mediano de vendas em Portugal cresceu mais de 12% e ultrapassou, pela primeira vez, os 1300 euros por metro quadrado. Mesmo em Lisboa, onde o mercado chegou a registar uma desaceleração nos trimestres anteriores, já há novamente aumentos a dois dígitos dos preços da habitação.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que o valor mediano dos alojamentos familiares em Portugal se fixou em 1311 euros por metro quadrado no terceiro trimestre do ano passado. Este valor representa uma subida de 3,4% face ao trimestre anterior e de 12,2% em relação a igual período de 2020. É, também, a primeira vez desde que estes dados são recolhidos que os preços medianos das casas ultrapassam a fasquia dos 1300 euros por metro quadrado a nível nacional.
Este aumento anual dos preços, salienta o INE, “evidencia uma aceleração dos preços da habitação”, tendo em conta a taxa de variação homóloga de 6,8% que tinha sido registada no segundo trimestre de 2021. E a tendência, mostra ainda o relatório divulgado nesta terça-feira, é transversal a quase todo o país: os preços aumentaram em todas as 25 sub-regiões analisadas pelo INE, registando-se mesmo uma aceleração do crescimento em 20 delas.
Este movimento foi particularmente acentuado no Alentejo Central, onde os valores de venda cresceram mais de 17% no terceiro trimestre. Também as regiões do Algarve (com um crescimento de 13,9%), Oeste (onde os preços subiram 12,6%) e Cávado (com um aumento de 13,1%) registaram aumentos superiores aos valores a nível nacional. Em sentido contrário, o Alto Alentejo registou não só a menor variação, de 0,4%, como os valores mais baixos do país, de 452 euros por metro quadrado.
A tendência de aceleração dos preços foi também evidente nas grandes cidades. Os valores medianos aumentaram em todos os 24 municípios com mais de cem mil habitantes e, na maioria, o crescimento foi mais acentuado do que no trimestre anterior.
Preços disparam em Lisboa e abrandam no Porto
Entre as grandes cidades, destaca-se a capital, que vai alargando a discrepância de preços em relação ao resto do país. Em Lisboa, o valor mediano dos alojamentos familiares cresceu 12,8% no terceiro trimestre e fixou-se em 3592 euros por metro quadrado, quase o triplo da mediana a nível nacional.
Esta aceleração acontece depois de um período em que se registou um claro abrandamento do mercado habitacional em Lisboa, com os preços a caírem em algumas freguesias. No segundo trimestre, os valores medianos de vendas tinham aumentado 1,4% no município de Lisboa.
Em sentido contrário, no Porto, os preços registam um aumento menos acentuado. No terceiro trimestre, os valores medianos de venda de casas neste município aumentaram 3,9% (abaixo da taxa de variação de 5,1% registada no trimestre anterior) e fixaram-se em 2319 euros por metro quadrado.
Já o crescimento mais acentuado verificou-se em Vila Franca de Xira, que prolonga, assim, uma tendência de crescimento expressivo dos preços. No período em análise, o preço mediano das casas neste município ascendeu a 1579 euros por metro quadrado, valor que corresponde a um aumento de 18,6% face a igual período do ano anterior.