Observatório Nacional recebeu 82 denúncias de bullying em 2021
A média de idades de quem sofreu bullying é de 13 anos e a de quem o praticou é de 15. Quanto aos agressores, 19 eram do sexo masculino, 15 do sexo feminino, enquanto nos restantes 49 não existe informação sobre o sexo.
Oitenta e duas denúncias de bullying, 57 das quais realizadas por mulheres e 25 por homens, foram registadas em 2021 pelo Observatório Nacional de Bullying (ObNB), divulgou este domingo a Associação Plano i.
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Oitenta e duas denúncias de bullying, 57 das quais realizadas por mulheres e 25 por homens, foram registadas em 2021 pelo Observatório Nacional de Bullying (ObNB), divulgou este domingo a Associação Plano i.
Em 97,6% dos casos as vítimas e os agressores frequentavam o mesmo estabelecimento de ensino, sendo que em 53,7% dos casos o motivo para o bullying foi o aspecto físico das vítimas e em 48,8% os resultados académicos, segundo o estudo, divulgado no Dia Escolar da Paz e Não Violência.
Diversidade funcional (24,4%), idade (20,7%), sexo (15,9%), orientação sexual (7,3%), identidade de género (6,1%), nacionalidade (6,1%) e etnia (1,2%), foram as restantes causas de bullying.
Tristeza (61%), ansiedade e/ou nervosismo (58,5%) e vergonha (57,3%), foram as consequências do bullying nas vítimas. Destas, 11% correram risco de vida, 45,1% necessitarem de apoio psicológico e 22% de tratamento médico.
Mulheres estarão em maioria
A média de idades de quem sofreu bullying é de 13 anos e a de quem o praticou é de 15. Do total as vítimas de bullying, 25 eram mulheres, 20 homens e em 37 situações não foi confirmado o sexo da vítima. Quanto aos agressores, 19 eram do sexo masculino, 15 do sexo feminino, enquanto nos restantes 49 não existe informação sobre o sexo.
Em 32,9% dos casos, as pessoas denunciantes são encarregadas de educação das vítimas ou ex-vítimas e em 14,6% são familiares das vítimas ou ex-vítimas.
A média de idades das pessoas denunciantes é de 32 anos. Estas tiveram conhecimento da existência do ObNB através dos órgãos de comunicação social tradicionais, em 29,7% casos, de outras fontes, em 28% dos casos, e das redes sociais, em 22% dos casos.
No que respeita às acções desencadeadas pelos testemunhos ou pelas pessoas que tiveram conhecimento dos casos de bullying, 25,6% das pessoas apoiaram a vítima, 12,2% defenderam-na no momento, 2,4% das pessoas não agiram no momento mas mais tarde, 2,4% das pessoas não tomaram qualquer atitude e 1,2% encaminhou a vítima para um serviço de apoio especializado.
Dos 82 casos de bullying denunciados, 29,3% ocorreram no distrito de Lisboa e 14,6% no do Porto. Em 22% dos casos, o bullying foi praticado quando as vítimas frequentavam o 1º ciclo do ensino básico, 17,1% o 2º ciclo do ensino básico e 13,4% o 3º ciclo do ensino básico.
Actos praticados no recreio
O recreio ou o pátio do estabelecimento de ensino foram o local de maior ocorrência de situações de bullying, com os intervalos da manhã e da tarde como períodos privilegiados para os actos.
No que respeita à forma de bullying praticado, 57,3% foi praticado de forma presencial, 4,9% de forma “online” e 37,8% de ambos os modos.
Já no que concerne à tipologia de “bullying” praticado, 90,2% foi de cariz psicológico, 65,9% de cariz social, 54,9% de cariz físico, 9,8% sexual e 4,9% financeiro. Em 52,4% dos casos, o “bullying” foi praticado quase todos os dias e em 26,8% ocorreu todos os dias.
Os dados constam do fact sheet com os resultados o ObNB referentes ao ano de 2021.
Com dois anos de existência, o ObNB pretende mapear o fenómeno do bullying em Portugal com base nas denúncias informais efectuadas por vítimas, ex-vítimas, testemunhas e pessoas que tiveram conhecimento da vitimização.