Em nome da luta contra a corrupção, Ingrid Betancourt deixa a coligação e vai a votos sozinha

A mais conhecida vítima política das FARC abandona a Coligação Centro Esperança, mas não as suas ambições de chegar à presidência da Colômbia.

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A ex-senadora Ingrid Betancourt no dia em que anunciou as suas intenções de chegar à presidência da Colômbia Mauricio Duenas Castaneda/EPA

Ingrid Betancourt, pré-candidata à presidência da Colômbia, anunciou no sábado a sua saída da Coligação Centro Esperança por uma “falta de posição clara” face aos apoios de políticos alegadamente vinculados com casos de corrupção.

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Ingrid Betancourt, pré-candidata à presidência da Colômbia, anunciou no sábado a sua saída da Coligação Centro Esperança por uma “falta de posição clara” face aos apoios de políticos alegadamente vinculados com casos de corrupção.

Num vídeo publicado no Twitter, Betancourt anunciou que retira o seu apoio à coligação de que fazia parte desde há um ano e que se apresentará de forma independente às eleições presidenciais de 29 de Maio com o seu partido, Verde Oxigénio.

“Colômbia não aguenta mais zonas cinzentas no que diz respeito aos aparelhos [políticos]. É por isso que decidimos afastar-nos da coligação e iniciarmos o nosso caminho de maneira independente à presidência da República”, disse no vídeo a política colombiana, que durante seis anos foi refém do grupo guerrilheiro das FARC.

“Recebemos uma resposta da Coligação Centro Esperança. Refere-se o apoio dos aparelhos como um erro que se lamenta. No entanto, não anuncia nenhuma acção no que diz respeito aos apoios recebidos dos aparelhos de Alejandro Gaviria. Esta ausência de posição clara obriga-nos a assumir a liderança de uma batalha que temos de travar e ganhar na Colômbia por uma política limpa”, assegurou.

A antiga senadora e deputada garante que o seu partido “não faz concessões” na luta contra a corrupção, pelo que assume a “responsabilidade” de convocar “todos os colombianos e colombianas que estão contra a corrupção” a construir um caminho para libertar o país dessa corrupção.

Outros cinco pré-candidatos da Coligação Centro Esperança (as eleições primárias disputam-se a 13 de Março) insistiram no sábado na necessidade de consolidar a unidade face às eleições presidenciais. Também questionaram a posição assumida por Betancourt, ao anunciar a sua saída da coligação antes de falar com os restantes membros.

Na sexta-feira, Betancourt lançou um ultimato à coligação para decidir se continuam “firmes” contra a “corrupção que trazem os aparelhos”. Um ultimato que depois prolongaria até às 12h de sábado (17h em Portugal continental).