No FC Porto já não há Díaz, mas ainda há Evanilson

No primeiro jogo sem o craque vendido ao Liverpool, o FC Porto venceu o Marítimo, no Estádio do Dragão, aumentando provisoriamente para nove os pontos de vantagem para o Sporting.

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LUSA/OCTÁVIO PASSOS

Esta foi uma noite de “maioria absoluta” para o FC Porto e na qual o Dragão viu “serem eleitos” Pepê e Evanilson como sucessores de Luis Díaz – o primeiro na substituição directa no “onze”, o segundo na preponderância na equipa. No primeiro jogo sem o craque vendido ao Liverpool, o FC Porto venceu (2-1) o Marítimo, aumentando provisoriamente para nove os pontos de vantagem para o Sporting – os “leões” estarão, na quarta-feira, proibidos de tropeçar frente à Belenenses SAD.

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Esta foi uma noite de “maioria absoluta” para o FC Porto e na qual o Dragão viu “serem eleitos” Pepê e Evanilson como sucessores de Luis Díaz – o primeiro na substituição directa no “onze”, o segundo na preponderância na equipa. No primeiro jogo sem o craque vendido ao Liverpool, o FC Porto venceu (2-1) o Marítimo, aumentando provisoriamente para nove os pontos de vantagem para o Sporting – os “leões” estarão, na quarta-feira, proibidos de tropeçar frente à Belenenses SAD.

Este desfecho esfria também o efeito tremendo, pela positiva, da entrada de Vasco Seabra no Estádio dos Barreiros. A equipa tem tido uma boa evolução com Seabra, mas voltou a perder diante de um adversário com outro tipo de predicados (já tinha vacilado frente ao Benfica).

Além do resultado, o que fica deste jogo é a resposta à pergunta: o FC Porto está dependente de Luis Díaz? Até ver, a resposta é não – o triunfo chegou mesmo sem o colombiano, num jogo competente dos “dragões”, e fica a sensação de que não existe um FC Porto incapaz de viver sem Luis Díaz, a estrela em torno da qual giravam os demais astros portistas.

É certo que quando o plano colectivo não funcionar sentir-se-á mais a falta do colombiano, mas, por agora, foram suficientes os predicados de jogo associativo de Vitinha, Otávio ou Fábio Vieira, conjugados com os apoios frontais de Evanilson, que continua letal também a finalizar. Já Pepê, o “novo Díaz”, não esteve fulgurante e não foi pelo substituto directo do colombiano que o FC Porto venceu este jogo.

Marítimo corajoso

O Marítimo chegou ao Dragão com um plano audaz a vários níveis: na escolha dos jogadores (muitos nomes ofensivos) e tanto no sistema como no modelo de jogo.

E houve opções com relações causa-efeito bastante claras. A equipa apareceu predisposta a sair a jogar desde trás, algo que lhe permitiu ter alguma bola, mas promoveu vários erros em zona defensiva. Apareceu também com a ideia de pressionar alto, algo que lhe permitiu recuperar algumas bolas em zona adiantada, mas que motivou descoordenações no bloco de pressão.

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Quando os jogadores da frente ou das laterais decidiam pressionar o portador da bola, a pressão funcionava quando toda a equipa acompanhava, mas abria buracos quando o processo se tornava anárquico e feito por apenas alguns jogadores.

Foi isso que aconteceu aos 18 minutos, quando o FC Porto atraiu o lateral-esquerdo do Marítimo ao corredor. A restante equipa não acompanhou a saída, abrindo espaço entre o lateral e o central. Feito o desequilíbrio pelo desenho colectivo, o FC Porto só precisou, depois, da influência individual.

Fábio Vieira descobriu Otávio entre linhas e o brasileiro, com uma simulação, destruiu o que restava da organização do Marítimo. A bola foi parar ao apoio frontal de Evanilson, que devolveu a Otávio, que entregou novamente ao brasileiro para uma finalização de calcanhar.

Jogada tremenda do FC Porto, que explorou, colectiva e individualmente, a descoordenação do Marítimo a rodar o bloco defensivo. Para Evanilson, foi o quinto golo nos últimos quatro jogos e o 13.º na temporada.

Este golo pelo corredor direito era apenas um indicador, ainda que bastante claro, de uma opção interessante do FC Porto. Um desenho do Goalpoint sobre os passes do FC Porto apontava, por volta da meia hora de jogo, que, sem Luis Díaz, os portistas passaram a canalizar o jogo mais pelo corredor direito, juntando Vitinha, Otávio, Fábio Vieira e até a largura de Evanilson para combinações nesse lado do campo.

O jogo teve, depois, uma cara diferente. O Marítimo abdicou da postura tida até então e baixou claramente as linhas, “oferecendo” ao FC Porto o domínio do jogo.

Os “dragões” tiveram muita capacidade de penetrar no bloco do Marítimo com combinações curtas, ora por dentro, ora por fora, mas com poucas oportunidades claras de golo.

Logo após o intervalo, a equipa portista fez o 2-0 por uma via semelhante à do primeiro golo. Atraiu o lateral-esquerdo do Marítimo ao corredor e cruzou, depois, a bola para a zona desprotegida. Surgiu Otávio já dentro da área, em zona central, num remate atabalhoado que ainda desviou em Pepê – foi este o autor oficial do golo.

O Marítimo reduziu aos 53’, numa recarga de Edgar Costa a um remate de Guitane (Bruno Costa mostrou fragilidades na defesa da posição), mas este lance foi mais fruto da capacidade individual de Guitane e da passividade portista do que de uma real capacidade de dividir o jogo.

O FC Porto parecia ter tudo sob controlo e, apesar do claro nervosismo na equipa e até nas bancadas, o Marítimo apenas se aproximou num par de lances de bola parada.