Francisco Assis: “Sei que é o combate mais difícil dos últimos anos”

Há oito anos que Assis não ia a um comício nacional. Costa convidou-o para estar hoje no Porto e, ao contrário de Alegre, não vai atacar PCP e BE.

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Francisco Assis vai estar na noite desta sexta-feira no comício de encerramento da campanha eleitoral, no Porto Nelson Garrido

Depois de ter decidido excluí-lo das listas de deputados, António Costa convidou Francisco Assis a estar na noite desta sexta-feira presente no comício de encerramento da campanha eleitoral, no Porto. Um regresso de Assis a campanhas nacionais após oito anos de ausência.

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Depois de ter decidido excluí-lo das listas de deputados, António Costa convidou Francisco Assis a estar na noite desta sexta-feira presente no comício de encerramento da campanha eleitoral, no Porto. Um regresso de Assis a campanhas nacionais após oito anos de ausência.

Apesar de ter participado em sessões autárquicas na sua terra, Amarante, a última vez que Francisco Assis esteve num comício nacional foi nas europeias de 2014, quando era o n.º 1 da lista do PS – e obteve o tal resultado de 31% que, segundo Costa, foi “uma vitória poucochinha” e acelerou o derrube de António José Seguro.

Esta noite, no pavilhão Rosa Mota, o antigo líder parlamentar do PS não irá ignorar António Costa – como fez Pedro Nuno Santos – e até, como contou ao PÚBLICO, elogiará “o papel de António Costa na Europa como primeiro-ministro de Portugal”, onde “teve voz activa”.

Não fará qualquer ataque ao PCP e ao Bloco de Esquerda, como Manuel Alegre na noite de quinta-feira – nem a nenhum outro partido – mas não acredita já na repetição da geringonça. “A geringonça já foi dada como morta”, diz ao PÚBLICO. Fará a “defesa do socialismo democrático na Europa e em Portugal” e apelará ao voto no PS porque o PS “tem as melhores soluções para o país”, nomeadamente a defesa de “um Estado social forte” e a “garantia da igualdade de oportunidades”.

“Sempre me pareceu uma evidência que não iria haver maioria absoluta”, afirma, defendendo a mais recente estratégia do secretário-geral de “dialogar com todos”. “Tendo em conta a experiência dos últimos tempos com a geringonça, o PS deve dispor-se a falar com todos e a governar com grande envolvimento de todas as forças partidárias”, com a exclusão do Chega, diz. “Haverá matérias em que estaremos mais próximos dos partidos situados à nossa esquerda e outras de partidos situados à nossa direita”, argumenta Francisco Assis, para quem “não há um muro intransponível que separa a esquerda da direita”.

Francisco Assis disponibilizou-se para ser candidato a deputado nestas eleições e até admitia vir a ser presidente da Assembleia da República – ao contrário do que tinha acontecido em 2019, em que recusou o convite do PS para as listas de deputados. Mas desta vez o convite não chegou a ser feito. “Tinha a noção que este combate era difícil. Estou convicto de que o PS vai ganhar, mas sei que o combate é difícil e é o mais difícil dos últimos anos. Achei que tinha a obrigação de me disponibilizar”, afirma hoje. Quanto à recusa de Costa em aceitar a sua disponibilidade é, para Assis, “uma questão passada”.