Uma caixa indestrutível para reunir informação sobre o clima — e contá-la às gerações futuras

A Earth’s Black Box vai nascer no início de 2023 na Tasmânia e deverá funcionar como um arquivo de informações sobre a crise climática. Para nos lembrar que ela existe e que temos de fazer algo contra ela, mas também para contar a história às gerações futuras.

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Na Tasmânia, vai nascer um arquivo dedicado à crise climática: é a Earth’s Black Box ou, em português, a “Caixa Negra da Terra”. Será uma caixa de aço gigante — do tamanho de um autocarro — e vai guardar toda a informação relativa ao clima, desde estudos, notícias, artigos a tweets. A ideia é preservar os avanços ou retrocessos que são feitos, para que as gerações futuras possam perceber como demos origem e lidamos com as alterações climáticas.

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Na Tasmânia, vai nascer um arquivo dedicado à crise climática: é a Earth’s Black Box ou, em português, a “Caixa Negra da Terra”. Será uma caixa de aço gigante — do tamanho de um autocarro — e vai guardar toda a informação relativa ao clima, desde estudos, notícias, artigos a tweets. A ideia é preservar os avanços ou retrocessos que são feitos, para que as gerações futuras possam perceber como demos origem e lidamos com as alterações climáticas.

Construída numa planície de granito entre Strahan e Queenstown, no estado australiano da Tasmânia, deverá ser feita de aço e ter armazenamento de baterias e painéis solares — e sobreviver aos humanos.

“A caixa funcionará como um registo indestrutível e independente da ‘saúde’ do nosso planeta. Esperamos que responsabilize os líderes e dê origem a acções e reacções por parte da população em geral”, explicou à CNN Jonathan Kneebone, artista e director do colectivo artístico Glue Society, que está envolvido no projecto.

No site do projecto, os criadores avisam: “A menos que transformemos dramaticamente o nosso modo de vida, as alterações climáticas e outros perigos causados pelo ser humano vão fazer a nossa civilização colapsar.”

No projecto, estão também envolvidos investigadores da Universidade da Tasmânia e uma empresa de comunicações de marketing, a Clemenger BBDO. Juntos vão reunir “centenas de conjuntos de dados, medições e interacções relacionadas com a saúde do planeta que serão continuamente recolhidos e armazenados com segurança para as gerações futuras”.

A caixa só deverá ficar concluída no início de 2023, mas já estão a ser registadas descobertas baseadas em algoritmos e conversas desde a COP26, que se realizou em Novembro último, em Glasgow, na Escócia. Depois, com a ajuda dos painéis solares e das baterias, deverá fazer download constante dos dados científicos da Internet.

Os criadores acreditam que a estrutura deverá ter capacidade para armazenar dados suficientes durante as próximas três a cinco décadas, e dizem que vão continuar a trabalhar para aumentar o armazenamento.

Kneebone explicou ainda que os criadores estão a tentar perceber quem poderá usar a caixa no futuro, já que foi desenhada para ser de difícil acesso e com recurso a tecnologia avançada.

Assim que a Black Earth’s Box for activada, ficará acessível através de uma plataforma online e os visitantes poderão ligar-se a ela via wireless.

“Estamos a explorar a possibilidade de incluir um leitor electrónico dentro da caixa que seja activado com a exposição à luz solar, e que também reactive a caixa se ela entrar num prolongado estado de inactividade em resultado de uma catástrofe”, referiu Kneebone.

E os criadores deixam o alerta: “Nós determinamos como a história termina. Só uma coisa é certa: as nossas acções, inacções e interacções estão agora a ser registadas.”