Um Cristo raro de Botticelli vendido em leilão por 40 milhões

Segundo os especialistas, a pintura Cristo como Homem de Dores remonta ao início dos anos 1500, coincidindo com o final da vida do mestre italiano.

Foto
A pintura Cristo como Homem de Dores foi arrematada em sete minutos JUSTIN LANE/EPA

Uma pintura do mestre italiano renascentista Sandro Botticelli (1445-1510), cujas obras são já muito raras em colecções particulares, foi vendida esta quinta-feira por mais de 45 milhões de dólares (cerca de 40 milhões de euros) num leilão em Nova Iorque.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Uma pintura do mestre italiano renascentista Sandro Botticelli (1445-1510), cujas obras são já muito raras em colecções particulares, foi vendida esta quinta-feira por mais de 45 milhões de dólares (cerca de 40 milhões de euros) num leilão em Nova Iorque.

As licitações entre dois compradores, que davam indicações por telefone, duraram sete minutos, ao fim dos quais Cristo como Homem de Dores foi vendido por 39,3 milhões de dólares, valor que subiu para um total de 45,41 milhões de dólares após taxas e comissões.

O preço final superou as estimativas da casa de leilões Sotheby's, que projectava a licitação final nos 40 milhões de dólares, mas é menos de metade do recorde do pintor, fixado há um ano, quando o óleo Retrato de jovem a segurar um medalhão foi arrematado por 92 milhões de dólares.

Cristo como homem de dores é um retrato de Jesus, num fundo preto, com um olhar profundo, coroa de espinhos ao redor da sua cabeça, cercado por anjos e com as mãos, em chagas, amarradas por cordas.

Segundo os especialistas, a pintura remonta ao início dos anos 1500, coincidindo com o final da vida de Sandro Botticelli, conhecido pelas obras-primas expostas na Galeria Uffizi, de Florença, como A Primavera ou O Nascimento de Vénus, e pelos frescos que adornam a Capela Sistina, no Vaticano.

A obra agora vendida em leilão, bem conservada e enquadrada por uma moldura dourada ornamentada, pertenceu no século XIX a uma famosa cantora inglesa, Adelaide Kemble Sartoris. Na sua última venda em leilão, em 1963, tinha sido adquirida por dez mil libras (cerca de 12 mil euros).

As casas de leilões beneficiaram de um mercado de arte dinâmico em 2021, após um ano de 2020 afectado pela pandemia de covid-19. A Sotheby's atingiu em 2021 o maior número de vendas da sua história, facturando 7,3 mil milhões de dólares (cerca de 6,5 mil milhões de dólares)