Tempestade tropical Ana faz 14 mortos em Moçambique

Mau tempo afectou pelo menos 500 mil pessoas. Volume elevado de água acumulada em várias províncias ainda preocupa as autoridades.

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Efeitos da subida das águas na localidade de Mocuba, na província do Zambeze EPA/IFRC HANDOUT

As inundações provocadas pela tempestade tropical Ana causaram pelo menos dez mortes em Moçambique, de acordo com o último balanço das autoridades locais. A protecção civil assegura que a tempestade, que entretanto perdeu força e se transformou em depressão, já não constitui ameaça para o país.

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As inundações provocadas pela tempestade tropical Ana causaram pelo menos dez mortes em Moçambique, de acordo com o último balanço das autoridades locais. A protecção civil assegura que a tempestade, que entretanto perdeu força e se transformou em depressão, já não constitui ameaça para o país.

O Centro Nacional de Operações de Emergência (CENOE) prevê que, nos próximos dias, se registe uma descida na precipitação, mas garantiu que vai continuar a acompanhar a evolução hidrográfica na bacia do Zambeze, já que o volume de água muito elevado poderá afectar mais de 200 mil pessoas, causando “inundações do regime moderado a alto” a partir da noite de quarta-feira.

O Governo moçambicano e as agências da ONU estimam que pelo menos 500 mil pessoas tenham sido afectadas pela tempestade nas províncias de Nampula, Zambézia e Sofala.

Na terça-feira, foram reportadas seis mortes devido à subida de caudal dos rios nos distritos de Macanga e Tsangano, anunciou o governador da província de Tete, Domingos Viola, num balanço provisório.

Outras duas pessoas morreram arrastadas pela corrente do rio Licungo na segunda-feira, em Mocuba, Zambézia, e mais dois óbitos foram notificados pelo Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) na província de Manica, um dos quais devido ao desabamento da parede de uma habitação. Em Nampula, as cheias provocaram a morte de três pessoas.

Mais de 3 mil pessoas estão cercadas pela água nas localidades de Furquia, Muebele e Mbaua, no distrito de Namacurra, província da Zambézia, segundo relata a Televisão de Moçambique, que dá conta de de pessoas refugiadas nas árvores e nos telhados das suas casas.

Na província de Tete, a subida de caudal do rio Revubué destruiu uma ponte, várias casas e outras infra-estruturas.

Quatro viaturas da comitiva do governador de Tete, Domingos Viola, foram também arrastadas pela corrente enquanto decorria uma visita ao terreno, durante a passagem da tempestade. O administrador municipal de Tete, José Maria Mandere, morreu no incidente, tendo o seu corpo sido encontrado esta quarta-feira em Benga, 8 km a jusante, segundo avançou o site Mozambique News Report & Clipping.​

“Temos três pessoas sobre as árvores e estamos à espera de uma embarcação” para prestar socorro, disse Domingos Viola, citado pelo jornal O País. Os restantes funcionários permaneciam presos em Moatize, sem poderem regressar a Tete.

Moçambique enfrenta a época ciclónica sazonal e a tempestade tropical Ana foi a primeira a atingir o país. O Instituto Meteorológico de Moçambique prevê quatro a seis ciclones na região durante a estação chuvosa, que termina no final de Março. O país é um dos mais afectados pelas alterações climáticas.

Em Madagáscar, a passagem da tempestade causou a morte a 39 pessoas e cerca de 65 mil ficaram sem casa desde o final da semana passada, segundo as autoridades locais, enquanto no Malawi morreram pelo menos quatro pessoas.