Lisboa e Vale do Tejo vai ter uma rede de parques agro-alimentares

A rede metropolitana, composta por mais de duas dezenas de entidades, visa promover o desenvolvimento sustentável da região.

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O início dos trabalhos da rede está marcado para esta semana Nelson Garrido

A área de Lisboa e Vale do Tejo vai ganhar este ano uma Rede Metropolitana de Parques Agro-alimentares, desenvolvida pela Área Metropolitana de Lisboa (AML), a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) e o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL). O arranque da rede irá acontecer nesta quinta-feira numa reunião entre as mais de duas dezenas de entidades envolvidas, que se vão juntar para discutirem os próximos passos a tomar.

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A área de Lisboa e Vale do Tejo vai ganhar este ano uma Rede Metropolitana de Parques Agro-alimentares, desenvolvida pela Área Metropolitana de Lisboa (AML), a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) e o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL). O arranque da rede irá acontecer nesta quinta-feira numa reunião entre as mais de duas dezenas de entidades envolvidas, que se vão juntar para discutirem os próximos passos a tomar.

Esta rede vem dar continuidade ao projecto europeu Robust, que tinha como objectivo melhorar o conhecimento sobre as interacções entre as áreas urbanas e rurais e que foi desenvolvido de 2017 a 2022 no âmbito do Horizonte 2020, um programa-quadro comunitário de investigação e inovação da União Europeia.

“Estamos com muitas esperanças porque isto está a ser criado bottom-up. Foi o próprio território que decidiu continuar com estes trabalhos”, disse o secretário da AML. Filipe Ferreira, ao PÚBLICO. “O ciclo normal de muitos projectos europeus é terminar depois do financiamento, mas na reunião de apresentação das conclusões do projecto houve uma vontade muito grande dos actores da região de continuarem a trabalhar”, sublinhou.

De acordo com a AML, a rede tem como objectivo central garantir o desenvolvimento territorial sustentável da área de Lisboa e Vale do Tejo e divide-se em três dimensões: “a promoção dos sistemas alimentares sustentáveis, a promoção de novos modelos de negócio e a capitalização dos serviços de ecossistemas”.

“No fundo, é uma lógica de desenvolvimento territorial de proximidade, que liga uma dimensão mais económica a uma dimensão de valorização territorial, nomeadamente, através da valorização dos nossos actores”, contou Filipe Ferreira.

Entre esses “actores” encontram-se municípios, associações de produtores e de desenvolvimento local, organismos da administração pública central e académicos que irão desenvolver diferentes projectos em conjunto, para os quais existam oportunidades de financiamento a nível interno e externo.

Para o secretário metropolitano, esta parceria “não é fácil”, já que “não existe tradição” de uma cooperação deste tipo no país. “Isto é uma raridade. Em Portugal temos uma cultura organizacional fechada e hermética e com esta rede conseguimos juntar actores à escala regional, metropolitana e local”, afirmou.

Sem um financiamento previamente estipulado, as entidades que gerem a Rede Metropolitana de Parques Agro-alimentares vão decidir que projectos querem desenvolver consoante o seu nível de “maturidade” e posteriormente cruzá-los com o financiamento existente, por exemplo, através dos programas operacionais nacionais e das linhas de financiamento da comissão europeia.

Segundo Filipe Ferreira, apesar de ainda se encontrar no início, a rede já prevê implantar alguns projectos que se prendem com “a área dos serviços de ecossistemas, da estratégia alimentar metropolitana, da articulação entre alimentação sustentável e currículos educativos e com a criação de uma marca metropolitana, para dar sinalização pública aos habitantes da região que aqueles produtos têm uma marca de sustentabilidade”, referiu.

A criação da Rede Metropolitana de Parques Agro-alimentares vai ainda operacionalizar as estratégias delineadas na Estratégia Regional Lisboa 2030 pela AML e a CCDR-LVT e no Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas (PMAAC-AML) pela AML.

Para além da rede, o projecto Robust resultou também num guia para o desenvolvimento de uma Estratégia Alimentar Metropolitana, no mapeamento de serviços de ecossistemas na região de Lisboa e Vale do Tejo, num plano de estudo para a alimentação sustentável articulado com os curricula educativos e no apoio na definição de critérios de qualidade e sustentabilidade para a contratação de serviços de abastecimento em cantinas escolares.

Texto editado por Ana Fernandes