Covid-19. Hospitais do Porto mantêm capacidade de resposta
O São João tem tido nas últimas semanas “um incremento de profissionais infectados”, mas “sem nenhuma suspensão ou adiamento da actividade programada”.
Os hospitais de São João e Santo António, no Porto, não sentem ainda pressões no atendimento a pacientes com covid-19 e outras patologias, apesar de Portugal ter ultrapassado o nível crítico no indicador de avaliação da pandemia. No Centro Hospitalar Universitário de São João estão internadas 114 pessoas com covid-19, 10 das quais crianças e oito grávidas, com 18 pessoas em Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), avançou fonte do hospital à Lusa.
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Os hospitais de São João e Santo António, no Porto, não sentem ainda pressões no atendimento a pacientes com covid-19 e outras patologias, apesar de Portugal ter ultrapassado o nível crítico no indicador de avaliação da pandemia. No Centro Hospitalar Universitário de São João estão internadas 114 pessoas com covid-19, 10 das quais crianças e oito grávidas, com 18 pessoas em Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), avançou fonte do hospital à Lusa.
Este hospital, o maior da região, tem tido nas últimas semanas “um incremento de profissionais infectados”, mas “sem nenhuma suspensão ou adiamento da actividade programada”.
O São João mantém-se, por isso, no nível dois do plano de contingência. Já no Hospital de Santo António há “30 doentes internados e não tem variado nos últimos tempos”, numa unidade que tem 843 camas em enfermaria e em UCI, pelo que não se sente pressão nos serviços, adiantou à Lusa fonte do hospital.
Segundo o indicador de avaliação da pandemia do Instituto Superior Técnico e da Ordem dos Médicos, Portugal ultrapassou o nível crítico, o que indica que a resposta de saúde a pessoas com outras doenças pode ficar comprometida.
No domingo, o país estava nos 102.14 pontos, acima dos 100 pontos definidos como o nível crítico neste indicador composto por cinco parâmetros: novos casos, óbitos, internados em enfermaria e cuidados intensivos, índice de transmissibilidade R(t) e incidência de infecções pelo coronavírus SARS-CoV-2.
Quando esta avaliação ultrapassa os 100 pontos, o “Serviço Nacional de Saúde tem de alocar mais recursos e começa a ter de passar os doentes que não têm covid-19 para segundo plano. Há muitos tratamentos que começam a ser adiados”, adiantou à Lusa o matemático Henrique Oliveira, um dos responsáveis pela elaboração deste indicador da pandemia.
Henrique Oliveira prevê que Portugal atinja o pico da actual vaga pandémica no período entre o início de Fevereiro e o dia 12 do mesmo mês. Esta é a segunda vez em que Portugal ultrapassa o nível crítico nesta avaliação desde o início da pandemia, com a primeira a verificar-se entre o final de Outubro de 2020 e Fevereiro de 2021, quando se registou a maior pressão sobre os serviços de saúde.
O indicador desenvolvido pelo Instituto Superior Técnico e Ordem dos Médicos continua a ter em conta a actividade da pandemia a partir da incidência e da transmissibilidade R(t), mas engloba também a gravidade da doença, determinada em função da letalidade e dos internamentos em enfermaria e cuidados intensivos. De acordo com os autores, no cálculo da incidência e da transmissibilidade do vírus, passa a ser utilizado o número de novas infecções a sete dias, e não a 14, e um R(t) diário.