Zara Rutherford torna-se a mulher mais jovem a dar a volta ao mundo sozinha num avião
A piloto de 19 anos aterrou no aeroporto Kortrijk-Wevelgem, na Flandres, nesta quinta-feira, depois de completar uma viagem de 52.000 quilómetros, tendo percorrido 31 países em cinco continentes.
Zara Rutherford, uma piloto de 19 anos, tornou-se a mulher mais jovem a dar a volta ao mundo sozinha num avião.
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Zara Rutherford, uma piloto de 19 anos, tornou-se a mulher mais jovem a dar a volta ao mundo sozinha num avião.
A piloto britânica e belga (tem dupla nacionalidade) aterrou no aeroporto Kortrijk-Wevelgem, na Flandres (região norte da Bélgica), pouco depois das 13h, hora local, nesta quinta-feira, depois de completar uma viagem de 52.000 quilómetros, tendo percorrido 31 países em cinco continentes.
“É realmente muito louco. Ainda não processei”, disse Rutherford aos jornalistas, enquanto segurava as bandeiras britânica e belga.
Segundo Rutherford, a viagem teve “momentos incríveis”, mas também momentos em que temeu pela vida. “Eu diria que a parte mais difícil foi sobrevoar a Sibéria, porque estava extremamente frio. Estavam 35 graus negativos em terra”, disse, citada pelo diário britânico The Guardian.
Zara Rutherford explicou ainda que se o motor do avião parasse, demoraria várias horas para ser resgatada e que não sabia durante quanto tempo conseguiria sobreviver.
Os pais de Rutherford são pilotos e começaram a levá-la a voar em pequenos aviões quando ainda era criança. Aos 14 anos, a jovem começou a aprender a pilotar um avião e a sonhar com uma volta ao mundo.
“O sonho era mesmo dar a volta ao mundo de avião. Mas sempre pensei que era impossível: é caro, perigoso, complicado, um pesadelo logístico”, disse a piloto numa entrevista televisiva no início deste mês. “Por isso, nunca pensei sobre isso duas vezes. E, depois, estava a terminar a escola e pensei: se vou fazer algo de louco com a minha vida, este é o momento perfeito para o fazer”, explicou.
No dia 18 de Agosto do ano passado, Rutherford descolou com o seu avião ultraleve de dois lugares (que pode atingir velocidades de até 300km/h) do aeroporto Kortrijk-Wevelgem, na Bélgica. Fez paragens no Reino Unido, Gronelândia, América e Rússia, tendo depois viajado para o sudeste da Ásia, Índia, Médio Oriente e Egipto e voltado à Europa. A piloto não podia voar à noite ou com condições meteorológicas adversas, podendo apenas pilotar durante o dia, e teve também de enfrentar restrições e burocracias devido à covid-19.
De volta à Bélgica, Zara Rutherford planeia estudar engenharia e espera tornar-se astronauta. Tendo como inspirações a pioneira da aviação Amelia Earhart e a cosmonauta russa Valentina Tereshkova, a jovem piloto espera também incentivar mais raparigas a estudar ciências e engenharia. “Espero que outras raparigas me vejam e pensem: adorava voar um dia também.”