Em demanda das minhas origens, uma viagem à Madeira
A leitora Andrea Bali Vivas estreou-se na ilha do Atlântico, inspirada pelo desejo de conhecer melhor as suas origens.
Inspirada pelo desejo de conhecer melhor as minhas origens, pedi aos meus pais para fazermos uma viagem à Madeira. A minha avó nasceu na Ponta do Sol, um dos onze municípios da actual Região Autónoma da Madeira. O Aeroporto Cristiano Ronaldo, com uma das pistas de aterragem mais perigosas no mundo, não foi problema para o experimentado piloto, o grande comandante João Martins, e a paisagem mostrou-se-nos logo como um espectáculo marcante.
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Inspirada pelo desejo de conhecer melhor as minhas origens, pedi aos meus pais para fazermos uma viagem à Madeira. A minha avó nasceu na Ponta do Sol, um dos onze municípios da actual Região Autónoma da Madeira. O Aeroporto Cristiano Ronaldo, com uma das pistas de aterragem mais perigosas no mundo, não foi problema para o experimentado piloto, o grande comandante João Martins, e a paisagem mostrou-se-nos logo como um espectáculo marcante.
Desde que chegámos à ilha da Madeira, encontrámos sempre gente muito afável. Já fora do aeroporto, apanhámos um táxi. Durante o trajecto percorrido, o motorista, o senhor Fernando Vieira, revelou-se lusodescendente, tal como eu. No entanto, já com muitos anos a viver na Madeira, não lhe faltavam capacidades para nos ir indicando todas as belezas que conseguíamos ver.
Quando o estômago acordou, olhámos o relógio e eram 14h daquele dia soalheiro. O meu pai decidiu fazer uma paragem num restaurante e o não menos faminto Fernando concordou. À mesa, investigámos a ementa. Era variada e gostosa, com diversos tipos de peixe, mas a decisão foi unânime: o atum seria a melhor escolha. O atum madeirense é uma delícia, aliás reconhecida internacionalmente, e, acompanhado com saborosas batatas e uma salada mediterrânica, mais do que um almoço, aquilo parecia uma obra de arte.
Uma vez acabado esse manjar dos deuses, chegou o momento de prosseguir a nossa peregrinação. Ao longe via-se o mar. Nesse momento, a minha avó começou a desfiar recordações da sua infância e de como, quando era pequena, ia com o meu bisavô apanhar peixe naquelas mesmas águas.
Na casa da família fomos recebidos pela minha tia-avó Lourdes, entre beijinhos e beijinhos e muitos beijinhos mais. Decidimos descansar um bocado para, a seguir, ir conhecer melhor o Funchal, a face mais turística da ilha. Depois de descansarmos um pouco, recomeçámos a nossa aventura.
O Funchal, com a sua configuração em anfiteatro, é muito bonito. Conseguimos ver o Teatro Municipal Baltazar Dias, a Sé Catedral, o Museu CR7 e o Centro Comercial La Vie. A cidade tem vida nocturna agitada e está cheia de hotéis. Parámos no restaurante-bar O Avô para jantar. Esgotados pela viagem, voltámos a casa para dormir e arrumar as nossas coisas. No dia a seguir, a minha avó quis visitar o cemitério de Ponta do Sol, para visitar os meus bisavós, e a seguir fomos à praia. Estivemos na praia Formosa, com água mais quente que a das praias do continente e que me lembrou a da minha Venezuela. Viam-se ainda muitos turistas ingleses e franceses.
No dia a seguir tínhamos uma nova aventura a cumprir, umas caminhadas. Madeira é famosa pelas chamadas levadas, que são trilhos que marginam os canais por onde corre água em toda a ilha. Percorremos uma das mais populares, a Levada dos Balcões. Foram três quilómetros, uma hora e trinta minutos de caminhada e paisagens espectaculares. Depois de um dia esgotante, acabámos por jantar em casa. Era a nossa última noite na Madeira. Já ia enchendo a mala com belas lembranças, pronta para voltar a Lisboa. Já conhecia um pouco das minhas origens.
Andrea Bali Vivas