7 dias, 7 fugas: fumeiro, pudins e outros rituais, de Portugal ao Oriente

Do fumeiro de Montalegre à doçaria de Braga, passamos também pelas histórias da paisagem em Vila Nova de Famalicão e pela saída de campo no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. Em Lisboa, há um ciclo de cinema a lembrar pessoas especiais, um documentário que mostra a cidade por quem a vive e uma Viagem à Coreia.

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Sábado, 22: Montalegre, rainha do fumeiro

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Sábado, 22: Montalegre, rainha do fumeiro

Montalegre torna a vestir o fato de rainha do fumeiro. A Feira do Fumeiro e Presunto volta a prestar tributo à gastronomia barrosã com “a força da ruralidade do interior”, assim atesta a autarquia, que a organiza em parceria com a Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã. A tradição remonta a 1992 e todos os anos atrai milhares de visitantes à vila transmontana, pondo na montra as iguarias certificadas da terra, como chouriça, salpicão, rojões, alheiras, sangueiras, chouriço de abóbora, morcelas, presuntos, orelheiras, pés ou filhós, lado a lado com artesanato e outros produtos da região. A 31.ª edição do certame decorre até domingo, no Parque de Exposições e Feiras, entre as 10h e as 19h. A entrada é livre, sujeita às normas em vigor.

Domingo, 23: Braga e uma doçaria centenária

Em Braga, a Doçaria da Cruz de Pedra celebra um século de existência com um programa à altura do receituário guardado ao longo de quatro gerações. Com actividades a decorrer ao longo do ano, a festa abre de forma original e promete adoçar a boca de quem passear pela cidade durante este fim-de-semana. Escondidos em monumentos emblemáticos estão dez cheques-prenda, cada um a valer um pudim Abade de Priscos, uma das instituições gastronómicas locais. Os afortunados podem levantar o prémio na loja, entre os dias 24 e 30 de Janeiro.

Segunda, 24: Lisboa de memórias projectadas

Uma simples e supostamente tranquila estadia num hotel transforma-se numa confusão, por conta de uma troca de malas que envolve ladrões de jóias e uma sedução inesperada. Eis a história de Que Se Passa, Doutor?, comédia em que Barbra Streisand e Ryan O’Neal fazem par e Peter Bogdanovich está atrás das câmaras. O filme é exibido nesta segunda-feira no cinema Nimas, em Lisboa, às 17h30 (com repetição a 13 de Fevereiro, às 22h), como parte do ciclo In Memoriam, programado para lembrar “pessoas especiais que nos deixaram recentemente (e não só)”: além de Bogdanovich, o actor Rogério Samora, a artista Lourdes Castro e também o realizador e argumentista José Álvaro Morais. Samora é recordado n’O Delfim, projectado numa cópia rara 35mm (23 de Janeiro, às 22h); Castro, no documentário de Catarina Mourão Pelas Sombras (26 de Janeiro, às 21h); Morais, em Peixe-Lua (30 de Janeiro, às 16h15). Já Bogdanovich motiva um ciclo só seu, preenchido por A Última Sessão (22 de Janeiro, às 17h, e 5 de Fevereiro, às 19h30), o já mencionado Que Se Passa, Doutor? e Lua de Papel (23 de Janeiro, às 15h, e 6 de Fevereiro, às 13h). Todas as sessões contam com a presença de convidados de alguma forma ligados aos homenageados. Mais informações aqui.

Terça, 25: Famalicão, histórias da paisagem

Recuar “seis mil anos na história para reflectir sobre o futuro da paisagem do território”. Foi com esta premissa que a Casa do Território do Parque da Devesa, em Vila Nova de Famalicão, montou Naturalmente Famalicão - Cronologia de Uma Paisagem, a exposição recém-inaugurada e ali patente até 28 de Agosto (terça a quinta, das 9h30 às 13h e das 14h às 17h30; fins-de-semana e feriados, das 14h30 às 17h30). Com a ajuda de desenhos, diagramas e fotografias panorâmicas, a jornada tem início nos primeiros povoados e vem até à actualidade, traçando a evolução da paisagem local e perspectivando cenários vindouros. Com a coordenação de Vasco Flores Cruz, a mostra vem complementada com um conjunto de experiências como oficinas, visitas para famílias, passeios comentados ou a conferência Mudam-se os tempos, mudam-se as paisagens, agendada para 22 de Abril. A entrada é livre.

Quarta, 26: Aire e Candeeiros com o museu em campo

O Museu Nacional de História Natural e da Ciência vai ao campo. O destino da saída é o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (Arrimal), os guias são taxonomistas (gente especialista em identificar cientificamente as espécies) e o objectivo é conhecer o trabalho que ali têm feito no campo da avaliação, categorização e conservação, e com eles ir “observando as espécies nos seus habitats naturais e os principais problemas à sua preservação futura”. Realiza-se nesta quarta-feira, entre as 10h e as 13h. A participação vale 10€ e a inscrição deve ser feita através deste formulário, com cinco dias de antecedência. Quem não conseguir lugar nesta sessão dos Jardins Fora de Portas pode embarcar nas próximas, que vão à Peninha, no Parque Natural Sintra-Cascais (23 de Fevereiro), e ao Parque Natural da Serra da Arrábida (30 de Março).

Quinta, 27: ir à Coreia sem sair do museu

Entre 27 e 30 de Janeiro, o Museu do Oriente, em Lisboa, convida para uma Viagem à Coreia. É esse o nome do ciclo de seis workshops que dão a conhecer a cultura coreana nas suas vertentes mais simbólicas: da música aos rituais de beleza, sem esquecer a cerimónia do chá e a gastronomia. São vários os momentos para embarcar na tradição oriental e vão do workshop de hangul, sobre o alfabeto coreano (20€), aos rolos de kimbap, a especialidade culinária parecida com o sushi (30€), passando pelo ritual da cerimónia do chá (20€), pelas habilidades do K-Pop ou da música tradicional coreana (25€) e pelos segredos da K-Beauty (20€). As informações sobre horários e inscrições podem ser consultadas aqui.

Sexta, 28: Lisboa por quem a vive

Mostrar “a cidade através das pessoas que nela vivem”. É com esta nota de intenções que se apresenta Nós, Lisboa, um documentário de Maria Messias que se configura como um mosaico de testemunhos dados por lisboetas. Tem estreia marcada para esta sexta-feira, às 18h, no Museu de Lisboa - Palácio Pimenta, com entrada livre e direito a um debate no final, para prolongar a reflexão sobre “a cidade e as perspectivas dos seus cidadãos sobre ela”. O filme constrói-se sobre uma amostra de 20 participantes, representativa do caldo de culturas e origens que é a capital. Desses, só sete são “alfacinhas” de gema. Quatro nasceram noutros pontos do país, três em Angola e dois em França. Os restantes vieram de Inglaterra, Brasil, Bielorrússia e Japão. Todos responderam a perguntas como estas: “O que significa ser lisboeta? O que mais gostam na cidade? O que consideram que deveria mudar? E como imaginam a cidade num futuro próximo?”