Há muitas coisas que SICK!, o quarto longa-duração de Earl Sweatshirt — que, como I Don’t Like Shit, I Don’t Go Outside, de 2015, e Some Rap Songs, de 2018, não é tão “longo” assim —, não é. Não é, por exemplo, a experiência transformadora que foi Some Rap Songs, álbum que, aproximando o seu hip-hop denso e introspectivo de uma abordagem lo-fi — ancorada, graças a uma criteriosa escolha de samples, no jazz experimental —, firmou o outrora prodígio dos Odd Future (colectivo que “revelou” talentos como Tyler, the Creator, a cantora Syd e Frank Ocean, por exemplo) como porventura o mais aventureiro dos rappers com a sua visibilidade. As novas faixas estão mais polidas, por vezes mais próximas do trap (não que a envolvente claustrofobia de Some Rap Songs tenha desaparecido por completo), quiçá mais acessíveis. Criativamente, desceu-se um degrau. Mas o homem nascido Thebe Neruda Kgositsile continua a saber rimar.
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Há muitas coisas que SICK!, o quarto longa-duração de Earl Sweatshirt — que, como I Don’t Like Shit, I Don’t Go Outside, de 2015, e Some Rap Songs, de 2018, não é tão “longo” assim —, não é. Não é, por exemplo, a experiência transformadora que foi Some Rap Songs, álbum que, aproximando o seu hip-hop denso e introspectivo de uma abordagem lo-fi — ancorada, graças a uma criteriosa escolha de samples, no jazz experimental —, firmou o outrora prodígio dos Odd Future (colectivo que “revelou” talentos como Tyler, the Creator, a cantora Syd e Frank Ocean, por exemplo) como porventura o mais aventureiro dos rappers com a sua visibilidade. As novas faixas estão mais polidas, por vezes mais próximas do trap (não que a envolvente claustrofobia de Some Rap Songs tenha desaparecido por completo), quiçá mais acessíveis. Criativamente, desceu-se um degrau. Mas o homem nascido Thebe Neruda Kgositsile continua a saber rimar.