Ghislaine Maxwell requer novo julgamento no caso de abuso sexual em que acabou condenada

A socialite britânica pretende ver o julgamento anulado depois de ter sido revelado que um jurado não informou o tribunal do facto de ter sido abusado sexualmente em criança.

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A pena de Ghislaine Maxwell pode ir até 65 anos de prisão efectiva Reuters/JANE ROSENBERG

Os advogados de Ghislaine Maxwell deram entrada, esta quarta-feira, com um pedido formal para que seja realizado um novo julgamento, depois de terem manifestado preocupação com o facto de um dos jurados não ter comunicado ao tribunal o ter sido vítima de abusos sexuais em criança.

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Os advogados de Ghislaine Maxwell deram entrada, esta quarta-feira, com um pedido formal para que seja realizado um novo julgamento, depois de terem manifestado preocupação com o facto de um dos jurados não ter comunicado ao tribunal o ter sido vítima de abusos sexuais em criança.

Ghislaine Maxwell, de 60 anos, foi considerada culpada de cinco acusações de tráfico sexual e outros crimes por ter recrutado e preparado menores para encontros sexuais com o financeiro Jeffrey Epstein, que foi encontrado morto em 2019, aos 66 anos, numa cela de Manhattan enquanto aguardava julgamento sobre acusações de abuso sexual. A pena de Ghislaine pode ir até 65 anos de prisão efectiva.

“Hoje, o advogado de Ghislaine Maxwell apresentou a sua moção para um novo julgamento”, disse a sua advogada de defesa, Bobbi C. Sternheim, numa carta remetida à juíza Alison J. Nathan. Na carta, Sternheim solicita ainda que todas as referências relativas ao jurado número 50 permaneçam seladas até o tribunal decidir sobre a moção.

Os advogados de Maxwell disseram, já este mês, que havia “motivos incontroversos” para um novo julgamento depois de um jurado, que pediu para ser identificado pelos seus primeiro e segundo nomes, Scotty David, ter dito à Reuters e a outros meios de comunicação social ter sido abusado em criança, tendo descrito o sucedido aos restantes jurados durante as deliberações.

No dia seguinte, a advogado de Maxwell escreveu ao tribunal para que fosse realizado um novo julgamento e o advogado nova-iorquino Todd Spodek apresentou uma queixa no processo de Maxwell em nome do jurado n.º 50. Spodek não respondeu a um pedido de comentários e não revelou o nome do seu cliente.

Entretanto, foram levantadas preocupações pelo facto de Scotty David não ter revelado o abuso sofrido antes do início do julgamento. Os potenciais jurados têm de responder a um questionário, e neste havia uma pergunta específica sobre se alguma vez tinham sido vítimas de abusos sexuais. Scotty David disse à Reuters que não se lembrava da pergunta, mas que teria respondido honestamente.

Os procuradores, que solicitaram que a juíza Alison Nathan conduzisse um inquérito às declarações do jurado, terão até 2 de Fevereiro para responder à moção de Maxwell.

Porém, vários juristas disseram à Reuters que não seria garantido a Maxwell um novo julgamento mesmo que o jurado não tivesse revelado o seu abuso no questionário, notando que os casos em que a desonestidade do jurado levaram à anulação de veredictos envolveram geralmente mentiras deliberadas para que pudessem integrar o júri.

Alison Nathan marcou, na semana passada, a audiência da sentença de Maxwell para 28 de Junho.