Renault tem “estratégia de mudança acelerada” rumo à electrificação

Emblema gaulês está num profundo processo de transformação para recuperar das perdas, mas não se acanha nos objectivos: 2030 é o ano em que quer ser 100% eléctrica.

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Renault 5 eléctrico DR

Com um modelo entre o top-3 europeu dos eléctricos (o Zoe foi o terceiro modelo eléctrico mais vendido na Europa, ficando apenas atrás do Tesla Model 3 e do Volkswagen ID.3) e a ocupar a terceira posição entre as marcas que mais eléctricos vendem, tanto na Europa como em Portugal, o caminho para a Renault só pode ser um: apostar numa gama 100% eléctrica – e fazê-lo o quanto antes.

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Com um modelo entre o top-3 europeu dos eléctricos (o Zoe foi o terceiro modelo eléctrico mais vendido na Europa, ficando apenas atrás do Tesla Model 3 e do Volkswagen ID.3) e a ocupar a terceira posição entre as marcas que mais eléctricos vendem, tanto na Europa como em Portugal, o caminho para a Renault só pode ser um: apostar numa gama 100% eléctrica – e fazê-lo o quanto antes.

Para tal, apresentou, em comunicado, a sua “estratégia de mudança acelerada”, já visível no crescimento do volume de automóveis eléctricos e híbridos: as vendas dos ligeiros de passageiros com este tipo de energia cresceram 52% na Europa, sendo que em cada três Renault vendidos, um fazia parte da gama E-Tech.

E se dúvidas houvesse sobre o que isto quereria dizer, Luca de Meo, o homem forte da casa do losango desde meados de 2020, tratou de levantar o véu num evento que recebeu a imprensa no centro técnico da Renault perto de Paris. “A Renault será 100 por cento eléctrica em 2030 na Europa”, declarou o responsável, citado pela Automotive News Europe. Meo foi mais longe face às suas intenções reveladas no último Verão, em que apontava para uma gama 90% eléctrica pela mesma altura, o que lhe daria alguma margem de manobra até 2035 – o ano definido por Bruxelas para o fim da produção de motores de combustão interna movidos a combustíveis fósseis, mesmo que contem com apoio eléctrico, como é o caso dos plug-in.

A alteração da data chega em linha com o já anunciado por outras marcas, como a Fiat, Opel e Peugeot do conglomerado Stellantis ou o braço europeu da americana Ford.

Mas o administrador tem outra carta na manga (Luca de Meo chama-lhe o seu “plano B”) e, ao nível do grupo, garante que a Dacia, que se encontra sob o chapéu Renault, irá continuar a comercializar mecânicas térmicas enquanto lhe for permitido. Nada de novo neste ponto: a marca romena tem como missão apresentar preços competitivos, algo ainda difícil entre os 100% eléctricos (embora tenha conseguido colocar no mercado o eléctrico mais barato, o Spring). Ou seja, a transição da Dacia para uma gama sem emissões será feita “no último momento possível”.

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Renault Zoe DR

No entanto, há desafios antes, como a norma Euro 7 que deverá entrar em vigor em 2025 e que irá obrigar a uma redução significativa nas emissões poluentes, algo que exigirá baixar o limite máximo de óxido de nitrogénio (NOx) de 80 mg/km para 20 mg/km e a diminuição em mais de 80% dos limites de emissões de partículas.

Se for para a frente, a norma Euro 7 irá obrigar a uma actualização revolucionária nos motores térmicos e a um investimento avultado, mas Luca de Meo não parece temer o futuro: “Temos a obrigação de participar na transição” para uma Europa neutra em carbono.

Actualmente, a gama de BEV (Battery Electric Vehicles) da Renault cinge-se ao Zoe, lançado há quase dez anos, ao pequenito Twingo e ao novel Megane E-Tech Electric (há ainda o Twizy, sendo que este quadriciclo se move noutro campeonato). Mas os reforços estão a caminho confirmado o renascimento do icónico Renault 5, além de estarem na calha um SUV, um mini SUV, que se foi inspirar ao popular Renault 4L, e uma carrinha.

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Interior do Megane E-Tech Electric

Sobre a saúde financeira da empresa, que Luca de Meo assumiu em Julho de 2020, depois de cinco anos à frente dos destinos da Seat, o gestor assume alguma satisfação por ter conseguido inverter o caminho dos prejuízos (no semestre anterior à sua entrada, a Renault registou perdas de 7290 milhões de euros).

“O alcance da transformação tem sido impressionante”, avaliou De Meo, revelando que os custos fixos foram reduzidos em dois mil milhões de euros um ano antes do previsto.