Taxa média do crédito à habitação fixa novo mínimo histórico em 0,821%
Percentagem de crédito amortizado atingiu 85% do valor da prestação nos últimos três meses de 2021, remetendo o peso dos juros a 15%.
A taxa média anual do conjunto dos contratos de crédito à habitação fixou-se em 0,821% em 2021, uma diferença de apenas 13,6 pontos base em relação a 2020. Trata-se do valor mais baixo da série, iniciada em Janeiro de 2009, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mas a mostrar uma estabilização, em resultado de uma menor descida das principais taxas associadas a estes contratos, as Euribor.
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A taxa média anual do conjunto dos contratos de crédito à habitação fixou-se em 0,821% em 2021, uma diferença de apenas 13,6 pontos base em relação a 2020. Trata-se do valor mais baixo da série, iniciada em Janeiro de 2009, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mas a mostrar uma estabilização, em resultado de uma menor descida das principais taxas associadas a estes contratos, as Euribor.
Outros indicadores também mostram pequenas variações. É o caso do capital médio anual em dívida para o destino de aquisição de habitação, que aumentou de 54.240 euros em 2020 para 56.668 euros em 2021, ou a prestação média anual vencida neste segmento, que subiu quatro euros em 2021, para 256 euros.
A descida das taxas de juro tem reflexos na composição da prestação mensal, e neste caso é possível verificar que desde 2009, a componente de amortização de capital é a mais alta, representando 85% do total pago nos últimos três meses do ano passado. O valor referente a juros tem pesado cada vez menos - apenas 15% na prestação total, desde Outubro de 2021.
A variação destas duas componentes fica mais clara se recordarmos que, nos três meses do ano passado, a prestação média do conjunto dos contratos rondava os 253 euros, sendo que 214 euros eram para amortizar capital e apenas 39 euros referentes a juros.
A diferença é ainda mais explícita se recuarmos a Janeiro de 2009, em que a prestação média ascendia a 361 euros, sendo que os juros representavam 258 euros e a amortização de capital apenas 103 euros.
A maior amortização de capital é benéfica numa eventual subida de taxas de juros, especialmente nos contratos com alguns anos, uma vez que incidirão sobre um montante em dívida mais baixo.
No último mês do ano, os dados do INE mostram que a taxa de juro implícita no conjunto dos contratos caiu para 0,801%, ligeiramente abaixo dos 0,807% de Novembro, depois de ter atingido o mínimo histórico mensal de 0,785% em Setembro.
Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro desceu de 0,692% em Novembro para 0,682% em Dezembro, sendo que o valor mais baixo do ano foi atingido em Abril, de 0,655%.
O capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 123 euros em Dezembro, face ao mês anterior, fixando-se em 58.207 euros. Para os contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio do capital em dívida foi 120.389 euros em Dezembro, mais 1696 euros do que em Novembro.