Javier Bardem, o padrinho da aldeia

Uma caracterização justa do pequeno poder económico de província (até mais “ibérico” do que apenas espanhol).

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Fernando Léon de Aranoa nunca mais repetiu a graça de Às Segundas ao Sol, e há vinte anos (esse filme estreou em 2002) que é assim que começamos cada texto sobre um novo filme do realizador espanhol, sobretudo aquelas derivas “internacionais” que trocavam um dos atributos das “Segundas” (o extremo “localismo” da acção e das personagens, estivadores no porto de Vigo) por aventuras desenraizadas na guerra da Bósnia (Um Dia Perfeito) ou na Colômbia (Amar Pablo, Odiar Escobar). O Bom Patrão não repete a graça, mas aproxima-se dela, ao menos temática e geograficamente. Algures no interior espanhol, aparentemente longe das grandes metrópoles (não há, salvo erro, nenhuma indicação geográfica explícita), uma semana na vida de um “bom patrão”, dono de uma fábrica de balanças, teoricamente um bom pretexto para Léon de Aranoa voltar a uma observação do universo laboral contemporâneo numa escala curta e — sem nada de pejorativo — provincial.

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Fernando Léon de Aranoa nunca mais repetiu a graça de Às Segundas ao Sol, e há vinte anos (esse filme estreou em 2002) que é assim que começamos cada texto sobre um novo filme do realizador espanhol, sobretudo aquelas derivas “internacionais” que trocavam um dos atributos das “Segundas” (o extremo “localismo” da acção e das personagens, estivadores no porto de Vigo) por aventuras desenraizadas na guerra da Bósnia (Um Dia Perfeito) ou na Colômbia (Amar Pablo, Odiar Escobar). O Bom Patrão não repete a graça, mas aproxima-se dela, ao menos temática e geograficamente. Algures no interior espanhol, aparentemente longe das grandes metrópoles (não há, salvo erro, nenhuma indicação geográfica explícita), uma semana na vida de um “bom patrão”, dono de uma fábrica de balanças, teoricamente um bom pretexto para Léon de Aranoa voltar a uma observação do universo laboral contemporâneo numa escala curta e — sem nada de pejorativo — provincial.