Mais três longas-metragens portuguesas escaladas para o Festival de Berlim
Com o anúncio da selecção dos novos filmes de Rita Azevedo Gomes, Joana Pimenta/Adirley Queirós e Raul Domingues, eleva-se a sete o número de entradas nacionais na Berlinale de 2022, que decorrerá de 10 a 16 de Fevereiro.
É aquilo a que se chama “um fartote”: com o anúncio de mais três longas-metragens escaladas para a secção paralela Forum, sobe a sete o número de produções portuguesas seleccionadas para o Festival de Berlim 2022 (10 a 16 de Fevereiro), numa altura em que os alinhamentos da competição oficial e da competição paralela Encounters ainda estão por desvendar.
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É aquilo a que se chama “um fartote”: com o anúncio de mais três longas-metragens escaladas para a secção paralela Forum, sobe a sete o número de produções portuguesas seleccionadas para o Festival de Berlim 2022 (10 a 16 de Fevereiro), numa altura em que os alinhamentos da competição oficial e da competição paralela Encounters ainda estão por desvendar.
Os três novos títulos, anunciados esta segunda-feira, são O Trio em Mi Bemol, de Rita Azevedo Gomes; Mato Seco em Chamas, assinado a meias pela portuguesa Joana Pimenta e pelo brasileiro Adirley Queirós; e o documentário de Raul Domingues Terra que Marca.
Estas três longas juntam-se na secção Forum, não competitiva, ao previamente anunciado Super Natural, de Jorge Jácome. Paralelamente, o festival tem já três títulos portugueses em concurso: as curtas By Flávio, de Pedro Cabeleira (Berlinale Shorts), e Aos Dezasseis, de Carlos Lobo (Generation 14Plus), e a longa documental As Águas do Pastaza, de Inês T. Alves (Generation Kplus).
Para O Trio em Mi Bemol, Rita Azevedo Gomes – que estreou o seu filme anterior, A Portuguesa, também no Forum de Berlim, em 2019 – adaptou a única peça escrita pelo cineasta francês Éric Rohmer para o teatro. Nascida de uma história pensada para o filme Quatro Aventuras de Reinette e Mirabelle que Rohmer decidiu autonomizar, O Trio em Mi Bemol conta nesta co-produção luso-espanhola com interpretações de Rita Durão e dos cineastas Pierre Léon e Ado Arrietta.
Por seu turno, Mato Seco em Chamas é um projecto longamente aguardado, uma ficção dirigida a meias pela portuguesa Joana Pimenta (Um Campo de Aviação) e pelo brasileiro Adirley Queirós (Branco Sai Preto Fica), prolongando a colaboração iniciada na longa Era uma Vez Brasília (2017), de Queirós, em que Pimenta foi directora de fotografia. O novo filme, co-produção luso-brasileira, transfigura pela ficção eventos reais que decorreram em Ceilândia, o subúrbio de Brasília de onde Queirós é natural, procurando responder à questão “e se o petróleo brasileiro fosse mesmo nosso?”
Finalmente, o documentário Terra que Marca é assinado por Raul Domingues, que tem trabalhado como montador com Leonor Noivo, Leonardo Mouramateus ou Ico Costa (que aqui surge igualmente produtor, tal como em As Águas do Pastaza). Trata-se da segunda longa-metragem do cineasta, descrita como um filme sobre “os gestos de quem trabalha a terra”, feito de “sensações que apenas quem convive com a terra algum tempo pressente”.
No Forum, que este ano contará com 27 longas-metragens, os quatro títulos portugueses juntam-se a novas obras de uma série de autores já consagrados em festivais, como o senegalês Alain Gomis, o francês Éric Baudelaire, o brasileiro Gustavo Vinagre, o americano James Benning, o argentino Jonathan Perel ou o alemão Phillip Scheffner.
O festival alemão, que em 2022 decorrerá presencialmente, anunciará esta quarta-feira os filmes seleccionados para as duas competições nobres, a Competição Oficial (que deu em 2021 o Urso de Ouro a Má Sorte no Sexo ou Porno Acidental, de Radu Jude) e o concurso Encounters (onde A Metamorfose dos Pássaros, de Catarina Vasconcelos, teve estreia mundial em 2020).