Paula Kahumbu: a conservação da vida selvagem em África, por africanos, para africanos

A conservacionista queniana quer restabelecer a ligação entre a população africana e a vida selvagem como forma de combater as alterações climáticas, a extinção das espécies e dos habitats. O trabalho mais recente foca-se em programas televisivos: pela primeira vez, são feitos por africanos, sobre especialistas africanos, para uma audiência africana. “Não são só as histórias que importam, são as pessoas que as contam.”

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Se perguntarmos em Nairóbi, capital do Quénia, quantas pessoas viram um elefante ao vivo, poucas levantarão a mão, garante Paula Kahumbu. Os parques e reservas naturais são para turista e, como resultado, tornaram-se “inacessíveis para as pessoas comuns”. Séries de televisão, filmes e documentários sobre vida selvagem? Feitos por estrangeiros para audiências estrangeiras. Alguns dos mais famosos conservacionistas em África? “Quando comecei a estudar elefantes muitas pessoas disseram-me que era louca. Perguntavam-me por que é que estava a tentar ser como os cientistas brancos que vinham do estrangeiro.” No terreno, a coexistência entre comunidades e animais selvagens nem sempre é pacífica e, invariavelmente, são os “muitos conflitos” que surgem nos meios de comunicação locais. “Cerca de 90% das notícias em África sobre vida selvagem são negativas.” Os animais matam, destroem propriedades, magoam crianças. “Estamos a perder muitos apenas pelo puro medo que tem sido gerado pelos media.”