Escolas fazem acordos com farmácias para testar alunos
O acordo surgiu como forma de “contornar a previsível ausência de testes aos nossos alunos”, disse o presidente da ANDAEP, referindo-se à campanha de testagem à comunidade escolar que começou esta semana, mas deixou os alunos de fora.
As escolas públicas vão fazer acordos com as farmácias locais para realizar testes de despistagem à covid-19 aos seus alunos, revelou esta quinta-feira o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), seguindo assim o repto lançado no início da semana pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
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As escolas públicas vão fazer acordos com as farmácias locais para realizar testes de despistagem à covid-19 aos seus alunos, revelou esta quinta-feira o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), seguindo assim o repto lançado no início da semana pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
“Vamos celebrar um protocolo com a Associação Nacional das Farmácias (ANF), que vai permitir que os nossos alunos possam ser todos testados a custo zero para as famílias e para as escolas”, revelou à Lusa o presidente da ANDAEP, Filinto Lima, no final de uma reunião online que se realizou na manhã desta quinta-feira entre as duas entidades.
A informação sobre o acordo deverá chegar na segunda-feira aos associados da ANDAEP e caberá a cada escola definir a forma como pretende fazer a campanha de despistagem aos seus alunos. “Podem fazer os testes nas farmácias ou nas escolas”, explicou Filinto Lima, lembrando que actualmente todas as pessoas têm direito a quatro testes gratuitos mensais e “há que rentabilizar essa oportunidade”.
O acordo surgiu como forma de “contornar a previsível ausência de testes aos nossos alunos”, acrescentou Filinto Lima, referindo-se à campanha de testagem à comunidade escolar que começou esta semana, mas deixou os alunos de fora.
Na segunda-feira, dia em que recomeçaram as aulas depois das férias de Natal, professores e pessoal não docente começaram a ser testados nas escolas de todo o país. Por decisão da Direcção-Geral da Saúde, a campanha de vacinação abrange apenas os cerca de 220 mil docentes e não docentes.
De fora ficaram cerca de 1,2 milhões de estudantes. Não sendo testados nas escolas, têm a opção de recorrer a quatro testes gratuitos por mês nas farmácias e laboratórios aderentes à medida do Governo, lembrou o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, na segunda-feira em declarações aos jornalistas.
“Nunca nos podemos esquecer que temos quatro testes gratuitos nas farmácias locais, um pouco por todo o país. E dessa articulação podem também os pais, as escolas e as autarquias fazerem parcerias com as farmácias, para aumentarem a testagem”, justificou o Governante, numa visita a uma escola de Felgueiras.
No arranque do ano lectivo, em Setembro, um parecer da DGS estabeleceu que seriam rastreados professores, pessoal não operacional e alunos do 3.º ciclo e secundário. Os primeiros a realizar os testes foram o pessoal docente e não docente de todos os anos de escolaridade (do Pré-Escolar ao 12.º ano), e mais tarde os alunos do 3.º ciclo do ensino básico e os do ensino secundário, tal como tinha acontecido também no ano lectivo anterior.
A Lusa questionou a Direcção-Geral da Saúde (DGS) sobre a razão de a campanha abranger apenas professores e restantes funcionários e se estava em cima da mesa a hipótese de, em breve, começar a testagem de alunos, mas não obteve qualquer resposta. Também o PÚBLICO pediu esclarecimentos sobre esta matéria à autoridade de saúde desde o início da semana, sem sucesso.
Segundo Filinto Lima, professores e funcionários estão a aderir à campanha de testagem iniciada na segunda-feira, mesmo os que já receberam a dose de reforço da vacina. “O grosso dos professores e funcionários já foi vacinado com a dose de reforço e mesmo assim está a recorrer à testagem. Na minha escola, por exemplo, tive uma forte adesão porque a testagem dá mais segurança”, disse o também director do Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia.
“A vacina não é obrigatória, assim como os testes não são obrigatórios. Neste momento, as escolas têm alunos, professores e funcionários que estão vacinados e outros não. Tal como uns foram testados e outros não”.