Um balanço da marca EMEL na mobilidade de Lisboa
Hoje Giram mais de 900 bicicletas distribuídas por 102 estações. Temos mais de 19800 utilizadores (ativos), com 10 milhões de km em mais 5 milhões de viagens.
Faço minhas as palavras do arquiteto dinamarquês Jan Gehl: “As culturas e os ambientes diferem em qualquer parte do mundo, mas as pessoas são as mesmas. Elas vão juntar-se em público se lhes dermos um bom local para o fazerem.”
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Faço minhas as palavras do arquiteto dinamarquês Jan Gehl: “As culturas e os ambientes diferem em qualquer parte do mundo, mas as pessoas são as mesmas. Elas vão juntar-se em público se lhes dermos um bom local para o fazerem.”
A EMEL tem hoje um papel-chave na gestão da mobilidade da cidade de Lisboa e está focada em contribuir para uma cidade apelativa e confortável, com um espaço urbano seguro. Recordo que foi da sua responsabilidade a transformação do Campo das Cebolas e do Cais do Sodré, a instalação das Escadinhas da Saúde e do elevador da Sé.
E porque o destino é comum, a estratégia que desenhámos na EMEL tem tido os olhos postos nos ODS da ONU, em particular no Objetivo 11, para tornar as cidades e comunidades, inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis.
É verdade que o ordenamento do estacionamento automóvel esteve na génese da criação da EMEL. Mas se nos primeiros 20 anos (1995 a 2015) a EMEL se limitou a ordenar 2.550 lugares por ano (51 mil lugares), nos últimos 6 anos esse valor elevou-se para 7 mil anuais, com um total de 94 mil lugares ordenados em finais de 2021. Crescimento idêntico se verificou nos parques de estacionamento construídos/geridos pela EMEL, dos 25 parques e 4.690 lugares, em 2015, passámos para 43 e 7617 lugares em 2021. Se em 2015 o ordenamento se estendia a 11 freguesias da cidade, hoje estende-se a 21, numa gestão que tem visado, em simultâneo, a defesa de residentes e comércio local.
2021 foi um ano de referência, em que a EMEL criou a marca Leve e tornou realidade várias soluções para a mobilidade elétrica, com a abertura de três ilhas de carregamento rápido de veículos: Parque das Nações, Belém e Campo Grande, esta última permitindo o carregamento de 12 veículos em simultâneo. Este é o maior investimento (€1,3 milhões) em carregamento rápido de VE em Lisboa.
Apostámos em soluções de gestão de tráfego, designadamente com investimento na rede de semáforos, cuja contribuição para a segurança de peões e fluidez de tráfego foi notória. Arrancámos com o Sistema Inteligente da Mobilidade de Lisboa (SIM.Lx) e até hoje já modernizámos 75% dos 547 cruzamentos semaforizados.
Desenvolvemos soluções digitais para facilitar a vida dos utentes, correspondendo ao nosso compromisso de serviço público e de maior atenção às suas necessidades e expectativas. Melhorámos os serviços online da Empresa, criámos uma nova modalidade para alertas de renovação de dísticos de residente, reforçámos a Loja Digital e, por fim, as contraordenações passaram a poder ser pagas através do ePark.
Não menos importante, foi a aposta na mobilidade ativa, com o investimento na Gira e na construção de uma rede ciclável que veio beneficiar a fruição do espaço público. Provámos que Lisboa é, afinal, uma cidade ciclável.
Em 2021 construímos 25 km de ciclovias (40 Km desde 2018) e, para a expansão da Gira, foram adquiridas mais bicicletas elétricas. Procedeu-se à abertura de estações nos Olivais, Cidade Universitária e Lumiar. E hoje Giram mais de 900 bicicletas distribuídas por 102 estações. Temos mais de 19800 utilizadores (ativos), com 10 milhões de km em mais 5 milhões de viagens.
Refiro, ainda, a abertura da Rede BiciParks, em abril de 2021, em 13 dos parques de estacionamento da Empresa, e que disponibiliza 238 lugares seguros e de fácil acesso. A aposta nos BiciParks surgiu na sequência de um estudo (projeto VoxPop) sobre os hábitos de quem usa bicicletas em Lisboa, que permitiu identificar as principais falhas sentidas, nomeadamente o receio do furto e a incerteza quanto à disponibilidade de estacionamento. O investimento nos BiciParks, financiado pelo Sharing Cities, veio contribuir, também, para facilitar a intermodalidade.
A transição para as Cidades do Futuro começa pela consciencialização da necessidade de alteração dos comportamentos, individuais e coletivos. Os mais novos são essenciais para essa mudança. Foi por isso que investimos na sensibilização e na pedagogia da mobilidade sustentável, com o Programa Pela Cidade Fora, destinado a crianças do pré-escolar e a jovens do ensino secundário. São muitas as escolas que fizeram projetos pedagógicos de mobilidade, muitas centenas de turmas e milhares de jovens que têm beneficiado deste programa.
Lisboa é uma cidade cosmopolita, que todos os dias se transforma. Nessa regeneração a EMEL tem tido um papel fundamental. Para corresponder a esse desafio com um serviço público de qualidade, a própria Empresa se transforma internamente, na conciliação profissional e familiar, na relação com a sociedade civil, na contratualização com os seus parceiros e fornecedores e na prestação de contas junto da sua tutela.
Trabalhámos sempre, e neste período pandémico, honrando os compromissos assumidos com Lisboa, guiados pelos valores que nos orientam: Sustentabilidade, para deixarmos uma cidade melhor às próximas gerações; Coesão Social, para tomarmos decisões informadas com base nas opiniões e sugestões dos nossos parceiros do setor; Confiança e Competência das nossas pessoas e na forma como trabalhamos; Inovação, para criarmos valor em tudo o que fazemos, desenhando novas soluções que necessitaremos para o futuro; e Educação para a mobilidade, cidadania e boas práticas.
O autor escreve segundo o novo Acordo Ortográfico