Rússia inicia exercícios militares perto da Ucrânia

Moscovo faz demonstração de força numa semana marcada por vários encontros de alto nível para discutir as tensões desencadeadas com a sua presença militar na fronteira ucraniana.

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Washington diz ainda não conhecer as intenções de Putin ALEXEI NIKOLSKY/EPA

Três mil soldados da Rússia começaram esta terça-feira exercícios com fogo real no Ocidente do país: os exercícios vão realizar-se em quatro regiões, três delas próximas da Ucrânia. As manobras coincidem com uma semana intensa do ponto de vista da diplomacia em torno da crise desencadeada com a mobilização de dezenas de milhares de tropas russas junto à fronteira ucraniana e começam entre o encontro que juntou responsáveis dos governos dos Estados Unidos e da Rússia, na segunda-feira, e o que se vai realizar na quarta-feira, entre a NATO e Moscovo.

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Três mil soldados da Rússia começaram esta terça-feira exercícios com fogo real no Ocidente do país: os exercícios vão realizar-se em quatro regiões, três delas próximas da Ucrânia. As manobras coincidem com uma semana intensa do ponto de vista da diplomacia em torno da crise desencadeada com a mobilização de dezenas de milhares de tropas russas junto à fronteira ucraniana e começam entre o encontro que juntou responsáveis dos governos dos Estados Unidos e da Rússia, na segunda-feira, e o que se vai realizar na quarta-feira, entre a NATO e Moscovo.

Segundo informações do comando Ocidental Militar russo, os exercícios envolvem 300 peças de equipamento, incluindo tanques e outras viaturas de combate de infantaria. “Cada unidade completará as manobras conduzindo uma batalha de treino com fogo real, com os blindados BMP-2 e os tanques T-72B3 a mostrarem as suas capacidades de acção conjuntas e a atingirem alvos – imitando viaturas e soldados adversários – num alcance de até 1200 metros”, descreveram os militares, citados pela agência de notícias russa Interfax.

As manobras acontecem na região de Smolensk, perto da fronteira com a Bielorrússia, e nas regiões de Voronezh, Belgorod e Bryanks, mais próximas da Ucrânia.

Com o que os EUA e os seus aliados europeus estimam ser 100 mil tropas mobilizadas há meses junto à fronteira ucraniana, Moscovo exige de Washington e da NATO garantias de que a Ucrânia nunca será membro da Aliança Atlântica, querendo, ao mesmo tempo, travar a expansão da aliança para Leste. O Kremlin não admitiu até agora fazer recuar essas forças, enquanto assegura que não prepara uma agressão, mas repete avisos em tom ameaçador, sublinhando que o momento “é perigoso”.

O primeiro encontro da semana pôs frente a frente delegações russas e norte-americanas lideradas pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Riabkov, e pela secretária de Estado adjunto dos EUA, Wendy Sherman. “Precisamos de um avanço”, sublinhou Riabkov, afirmando que os dois lados têm posições opostas. Sherman notou que o Presidente russo, Vladimir Putin, poderia provar que deseja um apaziguamento fazendo recuar os militares aos quartéis – algo que estes exercícios deixam claro que não irá acontecer por estes dias –, insistindo que continua sem perceber as intenções russas.

Apesar de tudo, ambos concordaram que o diálogo deve prosseguir.

Ao encontro de Bruxelas, onde na quarta-feira se vai reunir o Conselho NATO-Rússia, pela primeira vez desde o Verão de 2019, com delegações dos 30 membros da Aliança, segue-se, um dia depois, uma reunião da OSCE – Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa em Viena.