Actor Cuba Gooding Jr. apela ao tribunal para que arquive queixa em que é acusado de violação

Os advogados do actor argumentam que as leis que permitem que as vítimas possam processar os alegados violadores, após muitos anos, se aplicam a vítimas que suprimiram violações traumáticas ou não perceberam inicialmente que foram violadas.

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O actor à chegada ao tribunal de Manhattan, Nova Iorque, EUA Reuters/MIKE SEGAR

Cuba Gooding Jr. pediu a um juiz norte-americano que arquive uma acção civil no valor de seis milhões de dólares (5,3 milhões de euros) feita por uma mulher que acusou o actor de a ter violado duas vezes, em 2013. O argumento é que a alegada vítima demorou demasiado tempo para o processar, pois esperou quase sete anos.

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Cuba Gooding Jr. pediu a um juiz norte-americano que arquive uma acção civil no valor de seis milhões de dólares (5,3 milhões de euros) feita por uma mulher que acusou o actor de a ter violado duas vezes, em 2013. O argumento é que a alegada vítima demorou demasiado tempo para o processar, pois esperou quase sete anos.

A mulher, conhecida em documentos judiciais pelo pseudónimo Jane Doe, processou Gooding em Agosto de 2020 por supostamente a ter violado em Agosto de 2013 num quarto de hotel no bairro de SoHo em Manhattan, Nova Iorque, logo depois de se terem conhecido num restaurante e lounge de Greenwich Village. O actor, que em 1997 ganhou o Óscar para melhor actor secundário, negou as acusações.

Na segunda-feira à noite, no tribunal federal de Manhattan, os advogados de Gooding disseram que as leis que permitem que as vítimas de violação possam processar os alegados violadores, após muitos anos, se aplicam a vítimas que suprimiram violações traumáticas ou não perceberam inicialmente que foram violadas. Essa lei, argumentam, não se aplica a Jane Doe.

“Nenhuma circunstância excepcional a forçou a esperar”, defendem os advogados de Gooding. “O requerente que optar por processar o Sr. Gooding Jr. quase sete anos depois não corrigirá nenhuma injustiça grave. O oposto é verdadeiro.”

Os advogados de Jane Doe argumentaram que o estatuto de limitações de sete anos também se aplica a este caso e rejeitaram o pedido da defesa para que a cliente revele o seu nome, dizendo que o caso envolvia “questões de natureza altamente sensível e pessoal”.

No ano passado, o juiz distrital dos EUA Paul Crotty, em Manhattan, deliberou sobre a responsabilidade de Gooding, mas ambas as partes concordaram posteriormente em anular esse julgamento porque Gooding não respondeu formalmente às acusações de Jane Doe e não foi intencional, uma vez que o actor só teve conhecimento da acusação dias depois de o juiz ter decidido.

Não é a primeira vez que o actor é acusado deste tipo de comportamento. O ano passado, em tribunal, declarou-se inocente das acusações de apalpar três mulheres em incidentes diferentes, em discotecas de Nova Iorque, situações que terão ocorrido em 2018. Esses casos ainda não foram resolvidos.

Gooding, de 54 anos, ganhou o Óscar com o filme Jerry Maguire e interpretou O.J. Simpson na minissérie de televisão de 2016 The People v. O.J. Simpson.