Gatos e plantas em casa? Este blogue ajuda a facilitar a convivência

Porque os gatos “nem sempre sabem distinguir o que não lhes faz mal de uma planta potencialmente tóxica”, Joana Carvalho e Carlos Duarte criaram o Variegato, um blogue para ajudar os tutores.

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Variegato

A pandemia de covid-19 e os sucessivos confinamentos levaram a um aumento da tendência de compra de plantas para interiores. Mas a escolha de plantas para uma casa pode ser algo complicado quando se coabita com gatos. A curiosidade destes felinos pode mesmo causar-lhes problemas quando decidem interagir com a planta errada, ou o contrário, já que as plantas também podem sofrer nas garras destes animais de companhia. Confrontados com esta questão, Joana Carvalho e Carlos Duarte, a viver em Lisboa, decidiram criar um blogue, em Outubro de 2021, chamado Variegato. A ideia é facilitar a vida a quem, tal como eles, é apaixonado por felinos e clorofila. Para além do conteúdo informativo sobre plantas, gatos e a coabitação entre os dois, o blogue tem também uma loja online.

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A pandemia de covid-19 e os sucessivos confinamentos levaram a um aumento da tendência de compra de plantas para interiores. Mas a escolha de plantas para uma casa pode ser algo complicado quando se coabita com gatos. A curiosidade destes felinos pode mesmo causar-lhes problemas quando decidem interagir com a planta errada, ou o contrário, já que as plantas também podem sofrer nas garras destes animais de companhia. Confrontados com esta questão, Joana Carvalho e Carlos Duarte, a viver em Lisboa, decidiram criar um blogue, em Outubro de 2021, chamado Variegato. A ideia é facilitar a vida a quem, tal como eles, é apaixonado por felinos e clorofila. Para além do conteúdo informativo sobre plantas, gatos e a coabitação entre os dois, o blogue tem também uma loja online.

Mas porque é que os gatos se interessam tanto pelas nossas plantas? Joana Carvalho, desde sempre interessada por Biologia, explica ao P3 que “ainda há alguma controvérsia sobre a tendência de os gatos comerem plantas”. “Pensa-se que é derivado a um comportamento ancestral vindo de quando eram animais selvagens e comiam plantas de forma a aumentarem o trânsito intestinal e libertarem os parasitas”, continua. O problema está no facto de “eles nem sempre saberem distinguir o que não lhes faz mal de uma planta potencialmente tóxica”.

A médica, que já perdeu a conta a quantas tem em casa, diz que devemos estar atentos sobretudo às plantas de folhas “pontiagudas”, pois são normalmente o tipo preferido dos felinos para mordiscar. Contudo, ressalta, estes comportamentos naturais não devem ser contrariados: “O desafio é criar estratégias para afastar os gatos das plantas e conseguir conciliar ambos sem grandes problemas (…) A erva-gateira, por exemplo, pode ser uma boa solução se for colocada à disposição dos gatos.”

Entre as soluções mais simples para quem ainda pouco percebe de plantas, Joana sugere que se comece pelas plantas da família dos clorófitos, também conhecidas como plantas-aranha, já que “são muitos comuns, crescem rápido e são simples de cuidar”. A desvantagem é que há grandes hipóteses de serem devoradas pelos gatos. Mas há outras plantas que, apesar de não serem tão fáceis de cuidar, não são tóxicas para os gatos, e estes não irão ter tanta tendência a mordê-las por não terem as folhas pontiagudas; são “as da família das marantas e calatheas”.

Mesmo que só agora descubras que tens gatos no mesmo ambiente do que plantas tóxicas, nada está perdido. Joana esclareceu ao P3 que é possível que os gatos convivam bem com as plantas tóxicas, “mas é preciso saber aplicar os truques para conciliar os dois”. “É possível ter estas plantas em casa, mas convém que estejam, de alguma forma, inacessíveis ao animal (...) As plantas tóxicas da família das aráceas, por exemplo, podem ser colocadas em vasos pendentes, desde que não seja um gato ninja, que chega a todo o lado”, graceja a tutora de dois gatos. “Ou, então, colocá-las dentro de uma marquise, por exemplo, à qual o gato não tenha acesso; o truque é direccionar a atenção deles para outras coisas.”

Texto editado por Ana Maria Henriques