Detido por suspeitas de traição ex-responsável de segurança nacional do Cazaquistão

EUA autorizam pessoal do consulado em Almaty a deixar o país.

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O antigo responsável da agência de segurança nacional do Cazaquistão foi detido sob acusação de traição depois de ter sido demitido na sequência de motins no país.

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O antigo responsável da agência de segurança nacional do Cazaquistão foi detido sob acusação de traição depois de ter sido demitido na sequência de motins no país.

O Comité de Segurança Nacional (KNB) disse este sábado que o seu antigo director, Karim Massimov, foi detido na quinta-feira depois de ter sido lançada, nesse dia, uma “investigação preliminar por alta traição”.

“No mesmo dia, o antigo chefe do KNB, Massimov, que é suspeito de ter cometido este crime, foi detido e colocado num centro de prisão preventiva juntamente com outras pessoas”, acrescenta-se.

Os protestos começaram no domingo nas províncias após uma subida do preço do gás, antes de se espalharem pelas grandes cidades, especialmente Almaty, a capital económica do Cazaquistão, onde as manifestações se transformaram em tumultos contra o regime.

O chefe de Estado, Kassim-Jomart Tokaiev, autorizou as forças de segurança na sexta-feira a “disparar para matar” a fim de pôr termo a qualquer rebelião e, apoiado pela Rússia, excluiu a negociação com os manifestantes. Um contingente de tropas da Rússia e outros aliados de Moscovo chegou ao Cazaquistão na quinta-feira para apoiar o governo.

Apesar de o subdirector da Administração Presidencial Daurén Abáyev ter afirmado esta sexta-feira que “a ordem foi restaurada em todo o país e que a situação está estabilizada”, persistem focos de resistência dos manifestantes, entrincheirados em vários locais, segundo adianta a imprensa local.

EUA autorizam pessoal do consulado em Almaty a deixar o país

A Administração norte-americana autorizou os funcionários não essenciais e familiares de todos os funcionários a deixar o consultado de Almaty, no Cazaquistão, devido à insegurança, segundo um comunicado do Departamento de Estado dos EUA.

De acordo com o comunicado, perante a situação no Cazaquistão, “podem ocorrer rapidamente e sem notificação prévia manifestações, protesto e greves” que podem adquirir rapidamente um carácter violento.

Os protestos, refere ainda o mesmo comunicado, citado pela agência Efe, podem causar interrupções no tráfego, transportes e telecomunicações e “afectar gravemente a capacidade da embaixada dos Estados Unidos em fornecer os serviços consulares necessários”, nomeadamente “a assistência aos cidadãos norte-americanos que partem do Cazaquistão”.

Esta sexta-feira, a Casa Branca expressou a sua preocupação com a ordem de Tokaiev de “atirar a matar” sobre os manifestantes no país e avisou que permanecerá alerta sobre qualquer abuso dos direitos humanos.

O secretário de Estado, Antony Blinken, também se referiu à crise no Cazaquistão durante um encontro com a imprensa, esta sexta-feira, tendo apelado a que a crise seja resolvida sem deixar de se “respeitar os direitos” humanos.