Manter a mente saudável e usar a resiliência
Precisamos de manter a nossa saúde psicológica equilibrada, sendo fundamental praticar a aceitação e viver momentos agradáveis e de relaxamento.
Há muito que este contexto de pandemia tem revelado efeitos na saúde mental das crianças, adolescentes e adultos, desde o aumento da prevalência dos sintomas de ansiedade e depressão, passando pelas queixas de maior tensão, exaustão, agitação e insónia, até a perturbação de stress pós-traumático e o burnout dos profissionais de saúde.
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Há muito que este contexto de pandemia tem revelado efeitos na saúde mental das crianças, adolescentes e adultos, desde o aumento da prevalência dos sintomas de ansiedade e depressão, passando pelas queixas de maior tensão, exaustão, agitação e insónia, até a perturbação de stress pós-traumático e o burnout dos profissionais de saúde.
Os casos de covid-19 aumentam a cada dia e, apesar das novas medidas de contenção anunciadas pelo Governo que irão aliviar a pressão sobre a sociedade, sentimos que as nossas rotinas e a nossa segurança ainda estão abaladas, desafiando a nossa estabilidade emocional.
Com a permanência em pandemia e a possibilidade do surgimento de novas variantes, é natural sentirmos desgaste e cansaço, surgindo a necessidade de recorrer a algumas doses extra de resiliência (não esqueça de ajudar os seus filhos a fazerem o mesmo) para gerirmos as novas contingências e reconhecermos o que temos de continuar a fazer para nos protegermos, a nós e aos outros.
Precisamos de manter a nossa saúde psicológica equilibrada, sendo fundamental praticar a aceitação e viver momentos agradáveis e de relaxamento. Para isso, precisamos distinguir as atitudes ou acções que devemos usar de modo a nos proporcionarem bem-estar daquelas que devemos evitar.
Pratique a aceitação
Procure entrar em contacto com o momento presente e a aquilo que sente aqui e agora. Aceite as experiências internas enquanto estas ocorrem, ou seja, se está ansioso e cansado, diga a si mesmo que tem direito a sentir-se assim, pois estão a ser tempos difíceis. A ideia é ter uma postura acolhedora para com a experiência que está vivendo, evitando fugir ao sentimento e diminuindo o esforço para controlá-lo, o que apenas causa maior desgaste.
Mantenha o autocuidado
O autocuidado significa ter espaço para cuidar da sua saúde física e emocional e fazer escolhas saudáveis através de exercício físico, de momentos de relaxamento e de prazer, bem como através de uma alimentação mais acertada. Pense e programe algumas actividades que podem ajudar a manter ou a melhorar a sua saúde psicológica. São exemplos: ter tempo para estar sozinho consigo próprio e com o seu parceiro, dedicar-se a actividades de lazer com regularidade, celebrar os sucessos que alcançou, dormir o número de horas suficiente para se sentir bem, aceitar ou pedir ajuda sempre que necessário.
Reduza o consumo de álcool
Embora possa gerar uma sensação imediata de satisfação, o consumo de álcool não ajuda em nada a reduzir sentimentos de ansiedade, stress ou fadiga, e muito menos contribui para resolver problemas.
Aprenda a respirar para acalmar
Focar na respiração pode ser um grande aliado no combate à ansiedade. Tente encontrar o “ponto âncora” no seu corpo, aquele onde parece sentir mais a respiração, peito, abdómen, parte superior do pescoço, e foque-se nessa parte. Inspire pelo nariz e expire pela boca, devagar.
Mantenha o contacto com os outros
Ainda é difícil ter contacto físico directo com todas as pessoas que gostaríamos ou que precisamos, mas para isso temos as tecnologias que continuam a ser uma ajuda para superar as distâncias. No que toca às relações aafectivas íntimas, desde que sejam de qualidade, só nos fazem bem, por isso, sempre que possível, mantenha o contacto regular com amigos ou familiares em quem confia e com quem pode partilhar os seus sentimentos. Programe momentos de lazer e de bem-estar, de forma individual, em família e com amigos. É importante vivermos diferentes facetas da nossa identidade e estas experiências com outras pessoas permitem-nos isso.
Dê especial atenção às emoções
Algumas pessoas, incluindo crianças e adolescentes, revelam estar mais preocupados, frustrados, ansiosos, agitados e tristes e muitas vezes escondem o que sentem ou desvalorizam por não perceberem a possibilidade de agravamento da situação e do desenvolvimento de sintomas físicos que são a expressão do sintoma psicológico (somatização). Evitar sentir emoções dolorosas pode dificultar a acção perante situações difíceis, por isso, aceite aquilo que sente e ensine os seus filhos a fazerem o mesmo. Porém, compreenda que aceitar não é desvalorizar ou fingir que não se passa nada. Pelo contrário, é dar-se a si mesmo espaço para sentir e viver as emoções positivas e negativas sendo compreensivo e empático. Lembre-se que abrir-se para as emoções pressupõe a possibilidade de descoberta de si mesmo.
Caso as emoções negativas sejam mais frequentes em relação às positivas, poderá ser necessária a ajuda de um profissional de saúde mental. Esteja atento aos sinais de risco como sentimentos de tristeza duradouros, preocupação e medo intensos e persistentes; dificuldades de concentração; falta de prazer nas actividades que antes eram prazerosas, irritabilidade fácil, sentimentos de desespero, alterações nos padrões de sono ou de alimentação, isolamento, agressividade contra si próprio ou contra outros, pensamentos de desistência ou de suicídio, consumo excessivo de álcool e drogas.