FC Porto sofre, mas bate os “sobreviventes” do Estoril
Com este resultado, o FC Porto aproveita a preceito a derrota do Sporting frente ao Santa Clara e já tem os “leões” a três pontos e o Benfica a dez (mas menos um jogo). Francisco Conceição deu a vitória, mas foi Luis Díaz o herói da noite.
O surto de covid-19 no Estoril, que afectou equipa principal e sub-23, limitou as opções para o jogo frente ao FC Porto e os “sobreviventes” – suficientes para que o jogo não fosse adiado – foram batidos pelo líder do campeonato.
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O surto de covid-19 no Estoril, que afectou equipa principal e sub-23, limitou as opções para o jogo frente ao FC Porto e os “sobreviventes” – suficientes para que o jogo não fosse adiado – foram batidos pelo líder do campeonato.
Os portistas, que sofreram bastante e marcaram o golo da vitória aos 90’, venceram (3-2) neste sábado na Amoreira, em jogo da ronda 17 da I Liga. Com este resultado, virando um 2-0 a favor do Estoril, o FC Porto aproveita a preceito a derrota do Sporting frente ao Santa Clara e já tem os “leões” a três pontos e o Benfica a dez – os “encarnados” podem recolocar a diferença nos sete neste domingo.
Antes do jogo, Conceição tinha dito que “se calhar, o FC Porto tem mais baixas do que o Estoril”, mas o técnico portista pôde dar-se ao luxo de lançar Corona e Wendell para colmatar as ausências, enquanto Bruno Pinheiro teve de chamar seis peças diferentes – uma delas, Coly, tinha apenas um jogo feito.
Ainda assim, o rigor impõe que se diga que, apesar do que chegou a parecer durante a semana, o Estoril acabou por levar um “onze” bastante capaz, com quase todos os jogadores com muita utilização na temporada. E essa foi a primeira grande notícia deste jogo, que não foi demasiado afectado pela covid-19.
Díaz bem, Corona mal
Na Amoreira, a partida começou a ser marcada pelos erros técnicos do Estoril, todos numa só pessoa: Thiago, o guarda-redes. Apesar de ser a quarta equipa da I Liga com melhor percentagem de acerto no passe, o Estoril facilitou muito e o seu guarda-redes – umas vezes por falta de apoio, outras por falta de engenho – errou três vezes com jogadores portistas por perto.
O jogo do FC Porto era, sobretudo, com apelo ao um contra um de Luis Díaz. Apesar de defender em 5x4x1 – tendo, portanto, bastante largura e o lateral com possibilidade de encostar no ala contrário –, o Estoril teve sempre Carles Soria a defender muito por dentro.
Este paradoxo com o desenho táctico permitiu a Díaz ter sempre espaço para embalar a partir da esquerda, com tempo e espaço para decidir. Um desses lances quase deu golo, aos 28’, mas Thiago salvou.
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O tal 5x4x1 do Estoril, fruto do recuo do médio Gamboa sem bola, poderia dar ao FC Porto algum espaço entre linhas – e ele existiu. O que não existiu foi capacidade de Taremi, Otávio ou até mesmo Vitinha explorarem essa zona, algo que por exemplo o Benfica fez a espaços com Rafa quando foi à Amoreira. E houve, globalmente, poucas ideias do FC Porto, apesar da muita presença na área adversária.
Já o Estoril tinha um jogo pouco complexo e bastante eficaz. Recuperando a bola, tentava rapidamente activar os extremos, sobretudo aproveitando o espaço entre os laterais e os centrais do FC Porto, expostos por uma transição defensiva deficiente.
Primeiro, fizeram-no entre Corona e Mbemba e criaram desequilíbrios. O mexicano tentou duas vezes o desarme e falhou em ambas, deixando a equipa exposta. Na primeira, aos 31’, deu golo do Estoril anulado por fora-de-jogo. Na segunda, aos 83’, o remate de Arthur desviou em Mbemba e traiu Diogo Costa – e dessa vez contou mesmo.
Depois, o Estoril fez o mesmo, mas do lado oposto. Wendell já tinha sido testado um par de vezes no espaço interior, mas só aos 41’ o Estoril teve sucesso nessa ideia. Batido, o brasileiro fez penálti e André Franco converteu-o em golo.
Mais Díaz
Logo após o descanso, Vitinha explorou o espaço entre a linha média e a avançada do Estoril para poder medir um grande passe em profundidade. Díaz desequilibrou, cruzou e o cabeceamento de Evanilson, defendido por Thiago, teve recarga vitoriosa de Taremi.
O iraniano voltou a tentar a sorte pouco depois, mas Thiago foi, desta vez, capaz com os pés e usou-os para defender o remate de Taremi. E repetiu a dose, mas com as mãos, numa tentativa de Díaz.
Aos 60’, Vitinha bateu um livre ao ângulo, mas Thiago, que parecia decidido em tramar o FC Porto neste sábado, fez uma defesa tremenda. Tremenda foi também a dinâmica do FC Porto no início da segunda parte, mas o jogo ficou, depois, um pouco mais “morno”.
Os “dragões” perderam algum gás e o Estoril não estava a sofrer demasiado com o desgaste normal de quem treinou menos do que seria suposto. Só aos 71’ voltou a haver perigo, com um remate de Otávio para… defesa de Thiago, claro está. O guardião só nada pôde fazer aos 85’.
O FC Porto fez o que pouco vinha a fazer, rodando a bola rapidamente de um corredor ao outro. A bola acabou em quem tinha de acabar. Díaz recebeu na esquerda e rematou para o 2-2.
O “assalto” final do FC Porto teve, claro, dedo de Luis Díaz. Aos 90’, o colombiano inventou uma jogada pela esquerda e serviu Francisco Conceição, recém-entrado, para o 3-2. Conceição foi o homem do golo, mas foi Díaz o herói da noite.