Hospitais algarvios entupidos com doentes sem covid
No Algarve, a Ómicron está presente em apenas 1% das infecções.
O Algarve está a conseguir passar ao lado da variante Ómicron, mas não se livra de vir a ter uma avalanche de utentes a procurar o Serviço Nacional de Saúde. “Estamos com 60 pessoas ‘não-covid’ [com outras doenças] internadas fora do hospital [nas unidades de saúde privadas]”, afirmou o administrador do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), Paulo Neves, acrescentando que em mais de 1100 internados só 85 têm covid.
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O Algarve está a conseguir passar ao lado da variante Ómicron, mas não se livra de vir a ter uma avalanche de utentes a procurar o Serviço Nacional de Saúde. “Estamos com 60 pessoas ‘não-covid’ [com outras doenças] internadas fora do hospital [nas unidades de saúde privadas]”, afirmou o administrador do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), Paulo Neves, acrescentando que em mais de 1100 internados só 85 têm covid.
O recurso à contratação de camas privadas, há cerca de um ano, foi uma das medidas adoptadas pela administração do CHUA para fazer face à escassez de espaço para internamentos.
O facto de a região estar aberta a um grande volume de população flutuante, nomeadamente a comunidade inglesa, pode justificar, no entender dos responsáveis pela gestão da saúde pública, o facto de o Algarve se encontrar em contraciclo com o que se passa no resto do país.
De acordo com a informação prestada nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), o Algarve regista 40% de uma sublinhagem da variante Delta, que terá sido importada do Reino Unido. Já a nível nacional a variante dominante é a Ómicron — desde o dia 6 de Dezembro, tem-se verificado um elevado crescimento na proporção de casos prováveis desta variante, tendo atingido uma proporção estimada de 89,6% no dia 3 de Janeiro. No Algarve, a Ómicron está presente em apenas 1% das infecções.
A previsão do aumento de número de infectados nas próximas semanas não deverá, no entender de Paulo Neves, colocar em causa a capacidade de resposta hospitalar. “Em Janeiro de 2021, a média de óbitos foi de seis por dia; actualmente, estamos com dois, um ou zero”, exemplificou, recordando que, apesar do número de contágios se dar de uma forma muito mais acelerada, a gravidade é menor.
Ontem morreram duas pessoas — uma com 82 anos, outra com 93. Segundo o director clínico, Horácio Guerreiro, estão internados 63 doentes em enfermaria, mais 14 na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), dos hospitais de Faro e Portimão. “Temos uma disponibilidade de oferta de mais 40% do número de camas, com possibilidade de aumentar”, frisou.