Ano novo: desejo de estar em forma

Pela primeira vez na Humanidade, a esperança média de vida das crianças que hoje têm até 10 anos poderá ser cinco anos inferior à dos seus pais.

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"Antes de retomar o exercício ou a prática de um desporto, consulte um médico" Adriano Miranda/Arquivo

É um clássico entre as resoluções de ano novo. Uma das uvas passas está, inevitavelmente, destinada a este desejo. Ora, após dois anos de confinamentos, de máscaras, de privações, de teletrabalho, do frigorífico ali ao lado, de gulodices, e claro, de uns quilinhos a mais, esta é, porventura, uma das resoluções mais desejadas e capaz de nos fazer sentir melhor.

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É um clássico entre as resoluções de ano novo. Uma das uvas passas está, inevitavelmente, destinada a este desejo. Ora, após dois anos de confinamentos, de máscaras, de privações, de teletrabalho, do frigorífico ali ao lado, de gulodices, e claro, de uns quilinhos a mais, esta é, porventura, uma das resoluções mais desejadas e capaz de nos fazer sentir melhor.

Até inícios de 2020, a inactividade física era identificada como a “pandemia do século XXI”, mas a covid-19 veio assumir, por enquanto, esse protagonismo. É que, segundo o estudo “Designed to Move” realizado por uma parceria que juntou a marca desportiva Nike ao American College of Sports Medicine e ao International Council of Science & Physical Education, pela primeira vez na Humanidade, a esperança média de vida das crianças que hoje têm até 10 anos poderá ser cinco anos inferior à dos seus pais.

Entre outras evidências, o estudo destaca o quanto a sociedade se tem esforçado para excluir o exercício e a actividade física das suas rotinas. Deixámos de ir a pé para a escola ou para o trabalho, não subimos escadas, preferimos conduzir a caminhar ou usar a bicicleta para nos deslocarmos. Não admira, por isso, que hoje se atribuam mais mortes associadas ao sedentarismo do que ao tabagismo.

A covid-19 fez crescer este desejo de nos tornarmos mais saudáveis, mais activos, de estar em forma, o que só pode ser encarado como uma grande oportunidade de mudança para a nossa vida. Será? Com certeza que sim, mas com alguma cautela.

Sabe aquela bicicleta linda que está guardada na sua garagem há uns anos? Será que estaria preparada para dar uma volta, sem antes se certificar, pelo menos, do ar nos pneus e se os travões estão afinados? Pois, pois não! Agora, pense nessa bicicleta e compare-a com o seu corpo. Antes de retomar o exercício ou a prática de um desporto, consulte um médico, para efectuar um check-up desportivo.

Ao longo das últimas décadas, tem sido associada a prática regular de exercício físico a uma melhoria da saúde e à diminuição da mortalidade por causas cardiovasculares, entre outras. No entanto, a realização de exercício físico não é isenta de riscos. É por isso essencial garantir que tem as condições necessárias para a prática de exercício físico com segurança.

Ao realizar um check-up desportivo, poderá prevenir e reduzir o risco associado à ocorrência de eventos cardíacos na prática de exercício físico, bem como, identificar doenças ou lesões nos músculos e articulações que possam agravar com o exercício físico que pretende praticar. Segundo a American College of Sports Medicine é recomendável efectuar um check-up desportivo anual, se se enquadrar em, pelo menos, duas destas situações:

  • não praticar exercício físico há três meses ou mais;
  • ter excesso de peso ou ser obeso ;
  • ser fumador ou ter deixado de fumar;
  • história de doença cardiovascular ou diabetes;
  • níveis elevados de colesterol ou hipertensão arterial;
  • antecedentes familiares de patologias cardiovasculares ou história de morte súbita.

Se ficar em forma foi uma das suas “resoluções” do novo ano, procure uma consulta médica especializada e faça um check-up desportivo. Assim estará no caminho para cumprir com a sua “resolução”!