Touradas, caçadas e dietas!

Duas visões do mesmo país em confronto com marcações impiedosas.

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Francisco Rodrigues dos Santos e Inês sousa real RTP

O guião estava escrito. Nada de comum há no CDS-PP, partido fundador da democracia, com o Pessoas Animais e Natureza (PAN) que chegou ao Parlamento há menos anos. O frente a frente da noite desta terça-feira, que de debate nada teve, entre a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, e Francisco Rodrigues dos Santos, presidente do CDS-PP, foi a visão de dois mundos diferentes.

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O guião estava escrito. Nada de comum há no CDS-PP, partido fundador da democracia, com o Pessoas Animais e Natureza (PAN) que chegou ao Parlamento há menos anos. O frente a frente da noite desta terça-feira, que de debate nada teve, entre a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, e Francisco Rodrigues dos Santos, presidente do CDS-PP, foi a visão de dois mundos diferentes.

“O PAN é um partido animalista radical que pretende destruir o mundo rural e o nosso modo de vida”, disse Rodrigues dos Santos. “O CDS que se aproxime do século XXI”, respondeu Sousa Real.

E assim apareceram as touradas, as caçadas, a dieta mediterrânica contra os vegetarianos, de um lado. Do outro lado, a necessidade de taxar as actividades poluentes.

“As pessoas e os animais não são iguais”, criticou o líder do CDS-PP. “A caça tem sido uma das actividades humanas que mais tem prejudicado o futuro da humanidade”, respondeu a porta-voz do PAN.

Num país em pandemia, crise económica, desagregação social e as mais variadas disfunções, o CDS aposta na privatização de todas as empresas de transporte público. Com temores justificados pela situação da saúde pública, o PAN gastou tempo e argumentos, respondendo à avalanche de palavras de Francisco Rodrigues dos Santos.

Os 25 minutos foram perda de tempo? Claro que não. Foram exercício democrático, que mostrou as duas faces do mesmo país. Da reivindicação das raízes culturais da tauromaquia de um lado, e do outro lado à acusação de uma visão redutora do mundo rural.

O tempo esgotou-se na preocupação de não discutir. Foi quando, parafraseando Ary dos Santos, “o Inteligente mandou acabar com as canções.”