Macau também será “governado por patriotas” como Hong Kong

Chefe do executivo afirma-se empenhado em defender a soberania e a segurança do país e seguir as instruções do Presidente chinês, Xi Jinping.

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O chefe do executivo da Região Administrativa Especial de Macau, Ho Iat Seng Reuters/CHINA STRINGER NETWORK

Um Macau mais patriota e mais próximo das instruções do Presidente chinês, Xi Jinping. É essa a vontade para 2022 expressa pelo chefe do executivo da Região Administrativa Especial (RAEM), que está cada vez menos “especial” e mais consentânea com as leis e as práticas de controlo do Estado presentes no resto da China. Ho Iat Seng dirigia-se aos macaenses na habitual mensagem de Ano Novo.

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Um Macau mais patriota e mais próximo das instruções do Presidente chinês, Xi Jinping. É essa a vontade para 2022 expressa pelo chefe do executivo da Região Administrativa Especial (RAEM), que está cada vez menos “especial” e mais consentânea com as leis e as práticas de controlo do Estado presentes no resto da China. Ho Iat Seng dirigia-se aos macaenses na habitual mensagem de Ano Novo.

Este será um ano para o governo macaense se esforçar “na implementação do princípio fundamental do princípio fundamental ‘Macau governado por patriotas'”, como tem vindo a fazer o vizinho executivo de Hong Kong, de uma forma mais mediática e mais dura, até porque o movimento pró-democracia sempre foi muito reduzido no antigo território português, ao contrário da velha colónia britânica.

Alinhando com o resto da China nos propósitos, Ho Iat Seng salientou na sua mensagem, citada pela Lusa, que 2022 será um ano para “prosseguir no aprofundamento do espírito dos importantes discursos e instruções do Presidente Xi Jinping”.

Por isso, é imprescindível garantir que se calam as vozes críticas, quer políticas quer mediáticas, e se fala a uma só voz na “defesa da soberania, da segurança e dos interesses do desenvolvimento do país”.

Em termos económicos, o chefe do executivo referiu-se à necessidade de promover a diversificação económica do território, numa altura em que Pequim está a encarar o jogo e os casinos de outra perspectiva, fechando menos os olhos a práticas que antes eram toleradas.

No princípio de Dezembro, quando as autoridades chinesas detiveram Alvin Chau, director executivo da Suncity, o maior angariador mundial de apostadores, o economista Albano Martins dizia à Lusa que “o jogo não é algo muito bem visto pelo Governo central. Está a perder força e tenho a ideia de que a China não terá problema em acabar com uma coisa que não é produtiva, sendo que em Macau ainda não se percebeu muito bem isto. E por isso há tanta insistência no discurso da diversificação da economia”.

Essa diversificação passa pela “construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, em Hengqin, e a melhor integração na conjuntura do desenvolvimento nacional” chinês.

Ainda assim, o líder do executivo assumiu que “assegurar a prevenção e o controlo da epidemia é a premissa do desenvolvimento estável da economia e da sociedade de Macau”, um território que continua a seguir a política de zero casos de covid-19 e que apenas registou 79 casos desde o início da pandemia.