Peugeot é o novo líder de vendas e destrona Renault ao fim de 23 anos
Mercado nacional voltou a crescer em 2021, depois da quebra de 2020, mas a ACAP fala em estagnação. Eléctricos crescem 68,3%.
O mercado nacional de veículos cresceu 1,9% em 2021, recuperando assim muito ligeiramente da quebra de 33,9% que tinha sofrido em 2020. Em Portugal, há um novo líder de vendas e essa é a maior novidade no mundo das marcas: a Peugeot (do grupo PSA, chefiado pelo português Carlos Tavares) ascendeu ao primeiro lugar do top nacional de vendas, por troca com a Renault, que liderou o mercado nacional durante 23 anos consecutivos. O Peugeot 2008 foi mesmo o modelo mais vendido em 2021 no mercado português, saltando assim duas posições, para a frente do Renault Clio (líder em 2020) e do Mercedes Classe A (segundo em 2020).
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O mercado nacional de veículos cresceu 1,9% em 2021, recuperando assim muito ligeiramente da quebra de 33,9% que tinha sofrido em 2020. Em Portugal, há um novo líder de vendas e essa é a maior novidade no mundo das marcas: a Peugeot (do grupo PSA, chefiado pelo português Carlos Tavares) ascendeu ao primeiro lugar do top nacional de vendas, por troca com a Renault, que liderou o mercado nacional durante 23 anos consecutivos. O Peugeot 2008 foi mesmo o modelo mais vendido em 2021 no mercado português, saltando assim duas posições, para a frente do Renault Clio (líder em 2020) e do Mercedes Classe A (segundo em 2020).
Enquanto as vendas da marca da PSA cresceram 11% em Portugal, as da Renault caíram 17,1% em 2021. A Mercedes teve uma quebra semelhante (17,2%), mas consegue ainda assim segurar o terceiro lugar, com uma vantagem mínima (120 unidades) face ao quarto classificado, a BMW, também da Alemanha. A marca da Baviera cresceu 7,1% em 2021, ainda assim insuficiente para ultrapassar a marca de Estugarda no terceiro lugar das vendas nacionais.
Para a ACAP, principal representante do sector automóvel em Portugal, os dados finais de 2021 mostram que o mercado português “ainda está longe da recuperação”. O principal “aspecto positivo a tirar deste ano”, diz o secretário-geral da ACAP, Hélder Pedro, é o crescimento acentuado na venda de carros electrificados, com particular destaque dos eléctricos puros (BEV), cujas vendas cresceram 68,3% no ano passado. Foram matriculados 13.614 BEV, o que representa uma quota de mercado de 10,2%. Somando as vendas dos híbridos plug-in (PHEV) e dos híbridos convencionais, estes modelos representaram cerca de um terço das vendas nacionais.
Para o secretário-geral da ACAP, o mercado adiou a retoma e Portugal “estagnou” face a 2020. Hélder Pedro mostra-se preocupado com a diminuição de vendas “em quase 80 mil veículos” face a 2019.
Em termos gerais, venderam-se 175.427 unidades no principal mercado nacional, o dos veículos ligeiros. Significa uma subida de 1,4% (mais 2432 unidades) face aos 172.995 ligeiros vendidos em 2020. Mas fica bem longe dos 262.253 carros ligeiros matriculados em 2019, antes da pandemia (menos 33% em 2021).
“Esperava-se um ano melhor”, suspira o secretário-geral da ACAP. Porém, a continuação da crise pandémica, que teve “forte impacto” no turismo e na indústria do rent-a-car, que é um forte cliente do mercado nacional, bem como a crise de semicondutores e de logística que surgiram a partir do meio do ano, contrariaram as expectativas de uma indústria que se viu afectada globalmente, mas com particular incidência na Europa e especificamente em Portugal, alerta Hélder Pedro.
“Em 2020 passámos pela tempestade perfeita. Tivemos fábricas paradas, concessionários fechados e não tivemos medidas de apoio à retoma, como sucedeu em Espanha, França ou Itália. O governo português ignorou olimpicamente esta indústria e não tomou qualquer medida. Não foi por falta de reuniões ou de estudo de modelos de apoio. A isto somou-se em 2021 uma crise pandémica que continuou, à qual se juntou depois a crise dos semicondutores, que atrasou encomendas e à crise nos fretes marítimos e até nalgumas matérias-primas como o o magnésio na China”, lamenta o mesmo porta-voz da ACAP.
Dentro do mercado de ligeiros, os de passageiros foram os que percentualmente menos contribuíram para o acréscimo (mais 0,8%) quando comparado com os ligeiros de mercadorias (4,4%). A venda de veículos pesados em Portugal teve um comportamento mais positivo (subida de 21,3%).