Inflação sobe para 2,8% em Dezembro e taxa média de 2021 fixa-se em 1,3%

Variação do nível de preços dos produtos energéticos chega aos 11,2%, segundo os dados do INE.

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Os produtos energéticos foram o agregado do índice de preços com a subida homóloga mais acentuada em Dezembro daniel rocha

A taxa de inflação voltou a subir no último mês de 2021, mantendo-se acima da barreira dos 2%, mostram dados divulgados nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

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A taxa de inflação voltou a subir no último mês de 2021, mantendo-se acima da barreira dos 2%, mostram dados divulgados nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O Índice de Preços no Consumidor (IPC) aumentou 2,8% em relação a Dezembro de 2020, registando-se um crescimento dos produtos alimentares não-transformados aos produtos energéticos. Foi neste segmento que se registou, aliás, a maior subida homóloga. A variação do índice destes preços foi de 11,2% em comparação com a realidade de Dezembro de 2020. Nos produtos alimentares não-transformados, a variação é de 3,2%.

Mesmo excluindo da análise estes dois segmentos, o IPC continua a registar uma subida face ao período homólogo, havendo uma diferença de 1,8%. Se se excluir a habitação, a variação da taxa da inflação é de 2,8%, idêntica à taxa total, que considera todos os agregados levados em conta para o cálculo do índice.

A variação mensal do IPC é nula (de 0,03%), depois de um ligeiro crescimento em Novembro (de apenas 0,4%).

Embora a subida se tenha acentuado desde o Verão, Portugal tem registado um agravamento menos pronunciado do que o conjunto da zona euro, onde, em Novembro, o índice ficou 4,9% acima do valor registado um ano antes. Para o mesmo mês, o INE calcula que a inflação tenha sido de 2,6%. Para o conjunto de 2021, que ficou marcado por uma subida na segunda metade do ano, o INE calcula que a taxa média de inflação foi de 1,3%.

Como salienta o instituto estatístico, o Índice de Preços no Consumidor “mede a evolução temporal dos preços de um conjunto de bens e serviços representativos da estrutura de despesa de consumo da população residente em Portugal”, não sendo um indicador do nível de preços, “mas antes um indicador da respectiva variação”.

Poucos dias antes do Natal, com a divulgação do boletim económico a 17 de Dezembro, o Banco de Portugal previa que o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor fosse de 0,9% em 2021, projectando uma variação de 1,8% neste novo ano.

Ao dar a conhecer as previsões de crescimento económico para o país, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, mostrou-se convicto de que o Banco Central Europeu (BCE) irá manter uma política de continuidade, sem que o abrandamento do ritmo de compras de dívida pública a partir deste primeiro trimestre de 2022 vá conduzir a um agravamento dos custos de financiamento de Portugal.

Os dados publicados esta segunda-feira pelo INE são uma estimativa rápida, com valores provisórios. A ficha do INE ainda não inclui dados mais detalhados sobre algumas componentes do índice para se perceber a evolução em concreto nos transportes, habitação, água, vestuário e calçado, electricidade, gás e outros combustíveis, por exemplo. O instituto estatístico divulgará a 12 de Janeiro os valores definitivos de Novembro e só mais tarde os dados finais sobre a realidade de Dezembro.