Trump “está em guerra com o Estado de direito”, diz Liz Cheney
A congressista dissidente do Partido Republicano, filha do vice-presidente Dick Cheney, diz que “as pessoas devem compreender o perigo que o ex-Presidente Trump representa”.
O que aconteceu a 6 de Janeiro de 2020 no Capitólio, em Washington D.C., foi uma demonstração que Donald Trump “está em guerra com o Estado de direito” e que está disposto a “ignorar todas as salvaguardas da democracia” nos Estados Unidos para levar avante a sua vontade, afirmou este domingo a congressista Liz Cheney.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O que aconteceu a 6 de Janeiro de 2020 no Capitólio, em Washington D.C., foi uma demonstração que Donald Trump “está em guerra com o Estado de direito” e que está disposto a “ignorar todas as salvaguardas da democracia” nos Estados Unidos para levar avante a sua vontade, afirmou este domingo a congressista Liz Cheney.
A dissidente do Partido Republicano é vice-presidente da comissão da Câmara dos Representantes que investiga a invasão do Capitólio pelos apoiantes de Trump que, há quase um ano, tentaram impedir a confirmação da eleição de Joe Biden como Presidente dos Estados Unidos.
Em declarações ao canal de televisão CBS, a filha do antigo vice-presidente Dick Cheney afirmou que é preciso alertar a população para o mal que é para para a democracia uma pessoa como Donald Trump: “Estamos numa situação em que as pessoas devem entender o perigo que o ex-presidente representa”.
A congressista foi atacada pelos seus próprios companheiros de partido devido à sua oposição a Trump, a quem já tinha acusado de "sabotar a democracia". Por ter votado a favor da abertura do segundo processo de destituição ao então Presidente, acabaria por ser destituída da posição na liderança da bancada republicana na Câmara dos Representantes. Faz parte da comissão com cinco congressistas democratas e outro republicano, Adam Kinzinger.
Bennie Thompson, o democrata que preside à comissão, afirma que o que se pretende é investigar se as acções de Trump formam parte de um plano mais amplo para controlar a democracia norte-americana e se há nos acontecimentos de há quase um ano razões para acusar judicialmente alguém.
“Estivemos perigosamente próximos de perder a nossa democracia a 6 de Janeiro. Se esses insurrectos tivessem tido êxito, não sei o que poderíamos ter agora”, disse o congressista ao mesmo canal.
Na quinta-feira cumpre-se um ano da invasão e Donald Trump continua a contestar os resultados das eleições de Novembro de 2020 e tudo aponta que se apresentará como candidato do Partido Republicano em 2024.
A comissão tem um ano para terminar o seu trabalho e, como tal, a apresentação das conclusões deverá coincidir com as eleições intercalares de Novembro deste ano.