A epígrafe inicial do segundo livro de poesia de Duarte Drumond Braga (depois de Voltas do Purgatório, Língua Morta, 2015), instala, em simultâneo, o protocolo e o seu contrário. Convocar um poeta central da poesia portuguesa como Mário Cesariny é impedir qualquer reverência e convidar a liberdade, a sedição. Ao citar “é da natureza das coisas/ ser-se visto/ pelos porteiros”, a sabotagem já se gerou, com o embate do geral, de índole teorizante — “natureza das coisas”, fórmula consagrada —, e a particularidade derrisória e corrente, que persiste no vocábulo e, mais do que isso, na presença inusitada mas banal de “porteiros”.
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A epígrafe inicial do segundo livro de poesia de Duarte Drumond Braga (depois de Voltas do Purgatório, Língua Morta, 2015), instala, em simultâneo, o protocolo e o seu contrário. Convocar um poeta central da poesia portuguesa como Mário Cesariny é impedir qualquer reverência e convidar a liberdade, a sedição. Ao citar “é da natureza das coisas/ ser-se visto/ pelos porteiros”, a sabotagem já se gerou, com o embate do geral, de índole teorizante — “natureza das coisas”, fórmula consagrada —, e a particularidade derrisória e corrente, que persiste no vocábulo e, mais do que isso, na presença inusitada mas banal de “porteiros”.