Catarina Martins foi a primeira a sugerir um acordo de esquerdas para uma governação?
Catarina Martins sugeriu na quarta-feira ter sido a primeira a falar na possibilidade de existir um Governo PS apoiado pelos partidos à sua esquerda que permitisse tirar o poder à direita. Será assim?
A frase
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A frase
Em 2015, disse a António Costa que estaria disponível para um acordo que afastasse a direita do poder. Disse-o num debate ainda na pré-campanha. E foi feito logo a seguir. Aquilo que eu disse foi convicção.
Catarina Martins, em entrevista à CNN Portugal, 29-12-2021
O contexto
A frase da líder do BE sugere que ela foi a primeira a avançar com a possibilidade da criação de um acordo esquerdas que viabilizasse um Governo PS, como viria a acontecer depois da eleição legislativa de 2015. O PSD ganhou sem maioria e, depois de Jerónimo de Sousa, na noite eleitoral, ter sugerido que também estaria disponível para um acordo, António Costa conseguiu um acordo escrito com BE, PCP e PEV que lhe permitiu governar por quatro anos.
Os factos
A 15 de Setembro de 2015, num debate pré-eleitoral na TVI com António Costa, Catarina Martins, no seu minuto final, lançou o seguinte desafio ao secretário-geral do PS: “Se o PS estiver disponível para abandonar esta ideia de cortar 1660 milhões de euros nas pensões, abandonar o corte da TSU [Taxa Social Única] e o regime conciliatório de despedimentos, no dia 5 de Outubro cá estarei para que possamos conversar sobre um Governo que possa salvar o país, que possa pensar como reestruturar a sua dívida para termos futuro e emprego. Se me disser que sim, ou que vai pensar, já valeu a pena este nosso encontro. Mas se me disser que não as pessoas vão ficar a saber que no dia 5 de Outubro o dr. António Costa pretende telefonar a Rui Rio ou a Paulo Portas.” António Costa não lhe respondeu.
Em resumo
A líder do BE falou verdade quando, na entrevista desta quarta-feira, sugeriu ter sido a primeira a avançar com a possibilidade de um Governo PS apoiado pela esquerda, embora Catarina Martins se tenha referido em específico a um eventual acordo com o BE.