Little Simz encabeça a lista das listas dos melhores álbuns do ano

A britânica destaca-se, com o disco Sometimes i Might Be Introvert, no somatório dos rankings de 2021 elaborados pelas publicações mais influentes do mundo no domínio da música pop. Tyler, The Creator, Floating Points & Pharoah Sanders, Olivia Rodrigo, Dry Cleaning ou Low são alguns dos outros nomes em evidência.

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Little Simz

Não constitui uma surpresa completa, mas ainda assim não deixa de causar algum alvoroço que o álbum Sometimes I Might Be Introvert, da inglesa Little Simz, figure em primeiro lugar no somatório final das listas de melhores discos do ano feitas por quem reflecte sobre o fenómeno da música popular nas publicações mais influentes do mundo. No ano passado, essa posição havia sido pertença da cantora-compositora americana Fiona Apple, com o álbum Fetch The Bolt Cutters.

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Não constitui uma surpresa completa, mas ainda assim não deixa de causar algum alvoroço que o álbum Sometimes I Might Be Introvert, da inglesa Little Simz, figure em primeiro lugar no somatório final das listas de melhores discos do ano feitas por quem reflecte sobre o fenómeno da música popular nas publicações mais influentes do mundo. No ano passado, essa posição havia sido pertença da cantora-compositora americana Fiona Apple, com o álbum Fetch The Bolt Cutters.

De seu verdadeiro nome Simbiatu Ajikawo, Little Simz é uma cantora e autora londrina, de família nigeriana, tendo agora 28 anos. O álbum que lançou este ano é o seu quarto registo. Tal como já acontecia no anterior, a produção é de Dean Josiah Cover, ou seja, Inflo, e uma das colaborações vocais pertence a Cleo Soul, dois nomes que encontramos no projecto Sault, que tem também dado que falar nos últimos anos. Se nos Sault a identidade negra, o racismo e o activismo são tópicos recorrentes, o mesmo acontece em algumas das canções de Simz, numa obra humanizada e política, rica em ideias sonoras ancoradas em arranjos exuberantes, fragmentos soul, diálogos de jazz, linhas de baixo robustas, arranjos luminosos R&B, balanço hip-hop e elementos africanizados, tudo isto fluindo de forma imparável.

Apesar da grande fragmentação do fenómeno da música e da actual imensidão de lançamentos anuais, existe sempre um lote reduzido de discos que acabam por se destacar e figurar em muitas destas listas de balanço. Foi o que aconteceu, mais uma vez, em 2021, como se constata consultando plataformas como AlbumOfTheYear ou Metacritic, que se dedicam a compilar as listas mais relevantes, criando um ranking final através de um sistema de pontos. O método diferente consoante a plataforma (a Metacritic concentra-se no número de presenças de determinado disco entre os dez primeiros lugares das diferentes listas), mas os resultados são quase idênticos.

O espectro analisado é constituído por cerca de 130 listas de melhores do ano, ali constando publicações ou sites de música e meios generalistas como Billboard, Pitchfork, Les Inrockuptibles, Mojo, The Wire, Rolling Stone, The Guardian, New York Times, NME, Bandcamp Daily, BBC, Clash, NPR, The Quietus, Resident Advisor, Spin, Time, Uncut ou Washington Post.

No pódio está ainda Call Me If I Gest Lost, do rapper americano Tyler, The Creator (segundo lugar em ambas as listas), sendo que a terceira posição varia – na lista da AlbumOfTheYear o lugar é ocupado por Jubilee, de Japanese Breakfast, enquanto na Metacritic figura Promises, de Floating Points & Pharoah Sanders. Álbuns como Sour, de Olivia Rodrigo, New Long Leg, dos Dry Cleaning, Hey What, dos Low, Heaux Tales, de Jazmine Sullivan, Collapsed In Sunbeams, de Arlo Parks, ou Glow On, dos Turnstile, são outros registos que figuram entre os mais citados.

No top 30 encontramos ainda nomes como os Weather Station, Wolf Alice, Self Esteem, Billie Eilish, Adele, Mdou Moctar, Snail Mail, Nick Cave & Warren Ellis, The War on Drugs, Squid ou Black Country New Road.