Encurtar isolamento para cinco dias? DGS anuncia decisão quinta-feira
Graça Freitas confirmou que redução do período de isolamento de dez para cinco dias está a ser debatida. Decisão comunicada esta quinta-feira.
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) está, neste momento, a debater se o período de isolamento para os infectados com covid-19 deve ser reduzido para cinco dias, à semelhança do que já aconteceu na região autónoma da Madeira. De acordo com Graça Freitas, directora-geral da Saúde, a decisão para Portugal continental será conhecida na manhã desta quinta-feira.
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A Direcção-Geral da Saúde (DGS) está, neste momento, a debater se o período de isolamento para os infectados com covid-19 deve ser reduzido para cinco dias, à semelhança do que já aconteceu na região autónoma da Madeira. De acordo com Graça Freitas, directora-geral da Saúde, a decisão para Portugal continental será conhecida na manhã desta quinta-feira.
“Portugal está a equacionar a redução do período de isolamento, que está em fase de avaliação. A base é a probabilidade do que vai acontecer e o que se sabe sobre a história natural da doença: o período de incubação, transmissão e em que esta variante é mais infecciosa. É com base na informação que nos vai chegando que se consegue prever um equilíbrio entre a segurança e evitar que fiquem retidas em isolamento demasiado tempo”, explicou em entrevista à RTP3.
Graça Freitas abordou ainda a possibilidade de ser revista a estratégia de combate da pandemia. Descoberta em Novembro na África do Sul, a variante Ómicron fez a viagem para o continente europeu e tornou-se dominante em Portugal em poucas semanas. Parece ser mais transmissível do que as restantes estirpes do vírus já identificadas, mas menos agressiva. Contudo, apesar de os elevados números de novos casos não se reflectirem proporcionalmente no aumento de óbitos e internamentos em cuidados intensivos, a directora-geral da Saúde aconselha cautela. Graça Freitas avisa que uma futura mutação do vírus poderá trazer mais casos graves.
“Já vamos na quinta vaga e cada uma teve uma variante diferente associada. Nada nos dirá que a Ómicron será a última que vamos ter, nem quer dizer que as variantes vão perder sempre a intensidade. Não rejeito que se trate [a covid-19] como uma doença sazonal, mas sim que se retirem conclusões tão rapidamente. Se calhar, até se atingir um equilíbrio entre o vírus e os seus hospedeiros, pode ser ainda necessário passar por outras variantes diferentes destas”.
O país registou um novo recorde diário de novos casos de covid-19: foram 26.867 as infecções comunicadas no boletim epidemiológico divulgado esta quarta-feira. A subida exponencial de infecções coloca sob pressão os profissionais de saúde responsáveis por identificar cadeias de transmissão e monitorizar os sintomas das pessoas infectadas com covid-19.
Para aliviar esta carga de trabalho, a DGS irá propor — a par da diminuição do período de isolamento para cinco dias — uma autovigilância para as pessoas que estejam assintomáticas. Caso surja algum sintoma, deve então ser feito o contacto com a linha SNS24. “As pessoas não vão perder nenhum privilégio”, tranquilizou a responsável.