Paulinho no sítio certo para manter o Sporting a vencer

Avançado marcou três no triunfo dos “leões” por 3-2 sobre o Portimonense. Algarvios ainda estiveram a ganhar.

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Paulinho marcou três golos Reuters/RODRIGO ANTUNES

O que se costuma dizer de uma equipa que ganha quase sempre? Toda a gente sabe como joga, mas ninguém sabe como lhe ganhar. Este Sporting raramente perde (ou empata) e tem sido assim na última época e meia. Então em casa, tem sido praticamente invencível nas competições nacionais. Essa invencibilidade esteve em risco esta noite em Alvalade, mas os “leões”, depois de estarem a perder, conseguiram bater o Portimonense por 3-2, com três golos de Paulinho a manterem o campeão nacional no topo da I Liga e num registo de 11 vitórias consecutivas - e tudo o que vier do “clássico” desta quinta-feira entre FC Porto e Benfica será ganho.

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Cada adversário tem o seu plano e Paulo Sérgio tinha uma estratégia para que o seu Portimonense conseguisse quebrar a invencibilidade “leonina” no campeonato. Assumiu sem pudor o reforço da linha defensiva (seis elementos), carregando a zona central (com Nakajima a dar um toque de classe) e deixando apenas um homem na frente (Fabrício), sempre pronto para ser activado quando o jogo chegasse perto dele.

Amorim sabia os problemas que a formação algarvia lhe podia apresentar e dizia que tinha diferentes soluções para diferentes cenários. Os “leões” apresentaram-se sem surpresas no “onze” e com vontade de dominar. O que encontraram no jogo foi algum espaço para levar a bola até ao último terço, mas nenhum até à baliza de Samuel Portugal. O Portimonense não deixava espaço nas costas da sua defesa e obrigava o campeão nacional a um estilo mais apoiado.

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Com os “leões” obrigados a colocarem mais gente na frente, ficavam expostos à segunda parte do plano do Portimonense, o ataque rápido. Aos 10’, tiveram uma primeira amostra, numa jogada em que Nakajima teve espaço para se aproximar e armar um remate de fora da área que Adán defendeu para a trave, antes de agarrar à segunda tentativa. O Sporting respondeu aos 18’, com um cruzamento de Pedro Gonçalves que encontrou Sarabia de costas para a baliza – o espanhol tentou um remate acrobático que saiu por cima.

Aos 21’, num desses momentos em que estava muita gente longe da baliza, o Portimonense conseguiu colocar a bola em Candé e o lateral guineense foi a correr pelo flanco, deixando Gonçalo Inácio para trás. Fez o cruzamento na direcção de Fabrício, mas, antes que a bola lhe chegasse, um corte infeliz de Matheus Reis encaminhou-a para a própria baliza.

Pela história do jogo até ali, não era uma vantagem que vinha do nada. Era um produto da estratégia. E o Sporting não conseguia contrariá-la. Teve o domínio territorial, aproximou-se e teve remates enquadrados, mas foram todos de dificuldade baixa para o seguro guardião da equipa algarvia.

Para a segunda parte, Amorim nada mudou e Paulo Sérgio também não. Os “leões” já sentiam o peso de uma possível derrota e fizeram o cerco ao Portimonense, que se sentia confortável no seu bloco baixo. Era assim que estava o jogo quando, aos 58’, Pedro Sá, o capitão dos algarvios foi expulso, depois de ver o segundo amarelo por falta a cortar uma incursão de Matheus Reis – tinha visto o primeiro por protestos durante a primeira parte.

Os algarvios aguentaram a vantagem em inferioridade numérica exactamente sete minutos, frente a um Sporting reforçado com Daniel Bragança e com o estreante moçambicano Geny Catamo. Aos 65’, Nuno Santos avançou pelo flanco e cruzou na perfeição para Paulinho fazer, de cabeça, o 1-1. E 11 minutos depois, o ponta-de-lança minhoto deu o pontapé da reviravolta, ao aproveitar a sobra de um remate de Pote que bateu em Wyllian.

E Paulinho, antes amaldiçoado pelos adeptos por ser um avançado que não marcava golos, voltou a estar no sítio certo para fazer o 3-1 aos 83’, após uma jogada de insistência de Pote, que foi buscar à linha de fundo uma bola que parecia perdida. Paulinho, que nunca tinha marcado dois golos no mesmo jogo pelo Sporting, já ia em três. Lucas Possignolo ainda reduziu para os algarvios no último minuto do tempo de compensação, mas não foi o suficiente para estragar a festa de fim de ano do Sporting.