Chamemos, sem pejo, a Licorice Pizza aquilo que o novo filme de Paul Thomas Anderson é: um filme feliz. Uma celebração daquele momento da vida em que tudo parece ainda ser possível, em que os obstáculos podem ser ultrapassados com uma boa dose de engenho e outro tanto de desfaçatez. É isso que representa o seu “herói”, Gary Valentine, adolescente à beira da maioridade, filho de uma relações públicas de Los Angeles que é também miúdo actor e fura-vidas de primeira. Sempre em movimento, como um pequeno tubarão que não pode ficar quieto, sempre a correr de um lado para a outro, com aquela energia permanentemente insatisfeita de quem está a abrir pela primeira vez as portas que crescer revela. E todo o filme, à sua imagem, está sempre a correr (por aí se pode, por exemplo, fazer uma ponte com as personagens em fuga de Léos Carax, mas as de Anderson estão menos a fugir “de” algo e mais “em direcção a” outra coisa).
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Chamemos, sem pejo, a Licorice Pizza aquilo que o novo filme de Paul Thomas Anderson é: um filme feliz. Uma celebração daquele momento da vida em que tudo parece ainda ser possível, em que os obstáculos podem ser ultrapassados com uma boa dose de engenho e outro tanto de desfaçatez. É isso que representa o seu “herói”, Gary Valentine, adolescente à beira da maioridade, filho de uma relações públicas de Los Angeles que é também miúdo actor e fura-vidas de primeira. Sempre em movimento, como um pequeno tubarão que não pode ficar quieto, sempre a correr de um lado para a outro, com aquela energia permanentemente insatisfeita de quem está a abrir pela primeira vez as portas que crescer revela. E todo o filme, à sua imagem, está sempre a correr (por aí se pode, por exemplo, fazer uma ponte com as personagens em fuga de Léos Carax, mas as de Anderson estão menos a fugir “de” algo e mais “em direcção a” outra coisa).