Rui Rio nega ter proposto acordo parlamentar de dois anos com PS

O líder do PSD reage às declarações de António Costa que em entrevista à CNN Portugal rejeitou a ideia de um acordo de governo com o PSD para dois anos.

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Anna Costa

O presidente do PSD, Rui Rio, negou esta terça-feira ter proposto um acordo parlamentar a dois anos com o PS, depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter rejeitado essa possibilidade na segunda-feira.

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O presidente do PSD, Rui Rio, negou esta terça-feira ter proposto um acordo parlamentar a dois anos com o PS, depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter rejeitado essa possibilidade na segunda-feira.

“Nunca propus um acordo parlamentar por apenas dois anos. Disse que devia ser de quatro e que se podia avaliar a meio. Aos 18 minutos da entrevista isso é claro. O dr. António Costa e alguma comunicação social estão intencionalmente a distorcer o que eu disse”, afirmou Rui Rio, numa publicação na rede social Twitter.

O líder do PSD publicou a mensagem e a entrevista que o próprio deu à RTP no passado dia 14 de Dezembro.

O primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, rejeitou na segunda-feira negociar acordos de governo a dois anos com o PSD de Rui Rio, defendendo que “o país precisa mesmo é de estabilidade durante quatro anos”.

Numa entrevista à CNN Portugal, António Costa foi questionado se aceita negociar um acordo de governo a dois anos, no caso de o PSD vencer as eleições.

“Não. Esse é um cenário que nunca se colocará”, respondeu o líder socialista, considerando que a ideia lançada por Rui Rio traduz-se numa “proposta de quem não tem experiência da acção governativa, porque o que ele propõe é que haja uma espécie de acordo para um governo provisório de dois anos”.

“Ora, o país não precisa de governos provisórios de dois anos, o país precisa mesmo é de estabilidade durante quatro anos. Precisa de uma solução para quatro anos”, defendeu.

Em 15 de Novembro, numa entrevista à Antena 1, Rui Rio admitiu negociar um acordo parlamentar com o PS para pelo menos meia legislatura, em caso de resultar das legislativas um governo minoritário de um dos dois partidos.

Na entrevista, Rui Rio afirmou que abdica de formar Governo se para tal for necessário incluir o Chega no executivo, disse ser, a título pessoal, “tendencialmente” a favor de uma coligação pré-eleitoral com o CDS-PP e já admitiu manter-se à frente do PSD em caso de derrota nas legislativas.

Questionado sobre os vários cenários de governabilidade, Rio começou por colocar o da vitória do PSD, reiterando que a primeira opção seria dialogar com CDS-PP e IL, se tal permitir maioria no Parlamento.

Se tal não for possível, defendeu que o PS, “ao contrário do que aconteceu nesta legislatura, devia estar disponível para negociar no sentido de viabilizar um Governo do PSD”, que teria de ser negociado, num entendimento que Rio gostaria que passasse por “reformas de fundo para o país”.

“Admito que possa ser complicado fazer um acordo parlamentar de legislatura, mas pelo menos metade da legislatura, seria mais sensato. E depois fazer um balanço ao fim de dois anos”, disse, considerando que tal seria “mais estável” do que acordos pontuais “lei a lei ou orçamento a orçamento”.

Já em Dezembro, na entrevista à RTP, às críticas de Costa de que um Governo de dois anos seria apenas “um remendo”, Rio respondeu que sempre defendeu que o ideal será um acordo de legislatura, mas que admitiu que possa ser tentado um entendimento “de dois anos”, depois reavaliado a meio.