Juíza aumenta tempo diário de deliberação no caso de Ghislaine Maxwell por causa da pandemia

Devido ao aumento de casos de covid-19 em Nova Iorque, a magistrada teme que algum dos jurados necessite de entrar em isolamento antes de o júri conseguir chegar a um veredicto.

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Ghislaine Maxwell, de 60 anos, declarou-se inocente de todas as acusações Reuters/JANE ROSENBERG

A juíza que preside ao julgamento de abuso sexual da socialite britânica Ghislaine Maxwell determinou que o júri deliberará, esta terça-feira, pelo menos uma hora a mais do que o habitual, numa tentativa de se chegar a um veredicto antes que algum jurado seja apanhado pelo surto de covid-19 em Nova Iorque, que regista actualmente um “pico astronómico” de casos.

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A juíza que preside ao julgamento de abuso sexual da socialite britânica Ghislaine Maxwell determinou que o júri deliberará, esta terça-feira, pelo menos uma hora a mais do que o habitual, numa tentativa de se chegar a um veredicto antes que algum jurado seja apanhado pelo surto de covid-19 em Nova Iorque, que regista actualmente um “pico astronómico” de casos.

“Enfrentamos agora um risco elevado e crescente de os jurados e/ou participantes no julgamento poderem precisar de ficar em isolamento”, observou a juíza norte-americana Alison Nathan, entretanto nomeada pelo Presidente Joe Biden para o 2.º Tribunal de Recurso dos EUA. A declaração foi feita aos procuradores e advogados de defesa sem a presença do júri, que já tinha começado a deliberar; é o quarto dia que os jurados se reúnem sem chegarem a uma conclusão.

Ghislaine Maxwell, de 60 anos, é acusada de ter recrutado, aliciado e preparado quatro adolescentes para terem encontros sexuais com o falecido financeiro Jeffrey Epstein, entre 1994 e 2004. Ao longo do julgamento, que durou três semanas, os jurados ouviram testemunhos das quatro mulheres, sendo que três destas disseram que a própria Ghislaine tocou os seus corpos nus.

A filha do falecido magnata britânico dos media Robert Maxwell declarou-se inocente de seis acusações de tráfico sexual e outros crimes. Os seus advogados argumentam que os procuradores estão a usá-la como um bode expiatório de Epstein, que se matou em 2019 numa cela da prisão de Manhattan enquanto aguardava julgamento sob acusações de abuso sexual.

As deliberações no tribunal federal de Manhattan começaram na tarde de 20 de Dezembro e foram retomadas na segunda-feira após uma pausa de quatro dias para o Natal. A partir desta terça-feira, os jurados irão deliberar até às 18h locais (23h em Lisboa), terminando uma hora mais tarde do que o habitual.

Em Nova Iorque, o número médio de casos identificados diariamente nos últimos sete dias é de 17.829, o que revela um aumento significativo face à média dos últimos 28 dias (8060).

“Estamos muito simplesmente num momento diferente em relação à pandemia [de covid-19] do que estávamos há uma semana”, justificou a magistrada, depois de, na segunda-feira, a advogada de defesa de Maxwell, Laura Menninger, ter insinuado que a alteração de horário passaria aos jurados uma mensagem de que teriam de se apressar a chegar a um veredicto.

A juíza dirigiu-se então ao painel, questionando se alguém tinha algum inconveniente com o novo horário e frisando que os jurados deveriam demorar o tempo que precisassem para deliberar.