Dezenas de pessoas encontradas carbonizadas dentro de veículos na Birmânia
Foram encontrados dois camiões e um carro incendiados numa estrada em Hpruso. Cerca de 30 pessoas morreram.
Cadáveres de cerca de 30 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram encontrados este sábado em veículos carbonizados na Birmânia, de acordo com um oficial rebelde e uma ONG, que acusam a Junta Militar pelas mortes. As imagens dos corpos surgiram nas redes sociais, revelando dois camiões e um carro incendiados numa estrada em Hpruso, no leste, contendo os corpos sem vida de cerca de 30 pessoas.
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Cadáveres de cerca de 30 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram encontrados este sábado em veículos carbonizados na Birmânia, de acordo com um oficial rebelde e uma ONG, que acusam a Junta Militar pelas mortes. As imagens dos corpos surgiram nas redes sociais, revelando dois camiões e um carro incendiados numa estrada em Hpruso, no leste, contendo os corpos sem vida de cerca de 30 pessoas.
Um oficial rebelde contra a Junta Militar, que tomou o poder por um golpe de Estado, da Forças de Defesa do Povo, disse ter encontrado os veículos hoje de manhã. “Quando fomos verificar a área esta manhã, encontrámos 27 cadáveres queimados em dois camiões”, disse o rebelde, corroborando o testemunho de outra pessoa que também disse ter visto dezenas de corpos sem vida.
Também o Observatório de Testemunhas de Myanmar informou hoje que “35 pessoas, incluindo crianças e mulheres, foram queimadas e mortas pelos militares, na sexta-feira, no município de Hpruso”. O porta-voz da Junta Militar, Zaw Min Tun, disse que vários confrontos eclodiram em Hpruso, na sexta-feira, quando os soldados imobilizaram sete viaturas que se movimentavam de “forma suspeita”, levando à morte de várias pessoas.
Banyar Khun Aung, director do grupo de defesa dos Direitos Humanos Karenni, reagiu dizendo tratar-se de “um crime hediondo” e condenado o massacre “como um crime contra a humanidade”.
Myanmar mergulhou no caos desde o golpe de 1 de Fevereiro, após um golpe de Estado que levou ao poder uma Junta Militar que pôs fim à transição democrática, que durava há uma década. Nos últimos 10 meses, mais de 1300 civis foram mortos em confrontos, segundo várias organizações, que relatam casos de tortura e execuções extrajudiciais.