Onde está o público?

Para perguntar “onde está o cinema?” no princípio da terceira década do século XXI tem de se perguntar também “onde está o público?”, e esta pergunta é bicuda, ninguém sabe muito bem onde ele está.

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Alguns dos melhores momentos do cinema em sala foram os quatro filmes de Hong Sang Soo (apenas um deles, A Mulher que Fugiu, era “actual”)

Euforia não foi propriamente a palavra de ordem para o ano cinematográfico de 2021, como não terá sido para mais nada. A pandemia, que fomenta a vida doméstica e uma cultura de imagens vistas em ecrãs caseiros, não criou, mas agudizou (ou revelou, com a clareza de uma TAC), a depressão do cinema em sala, condenado a avanços e recuos, retiradas abruptas de cartaz, adiamentos sine die, planos sempre incertos e às vezes desfeitos, sob a pressão das plataformas de streaming e de um grande (ou pequeno) público que cada vez mais parece disponível apenas para os grandes acontecimentos, sejam eles comerciais ou, digamos, autorísticos.

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Euforia não foi propriamente a palavra de ordem para o ano cinematográfico de 2021, como não terá sido para mais nada. A pandemia, que fomenta a vida doméstica e uma cultura de imagens vistas em ecrãs caseiros, não criou, mas agudizou (ou revelou, com a clareza de uma TAC), a depressão do cinema em sala, condenado a avanços e recuos, retiradas abruptas de cartaz, adiamentos sine die, planos sempre incertos e às vezes desfeitos, sob a pressão das plataformas de streaming e de um grande (ou pequeno) público que cada vez mais parece disponível apenas para os grandes acontecimentos, sejam eles comerciais ou, digamos, autorísticos.