“O autoteste deve ser feito no momento imediatamente antes dos convívios”
O médico de saúde pública Vasco Ricoca Peixoto explica que no que respeita à fiabilidade dos autotestes pode existir uma “falha de 20% a 30% dos casos positivos quando as pessoas têm sintomas”. “Quando não têm sintomas, podem falhar até 50%.”
Os portugueses vão passar a poder realizar autotestes para aceder a actividades ou estabelecimentos para os quais passa a ser exigido um teste com um resultado negativo à covid-19 até dia 2 de Janeiro, anunciou nesta quinta-feira o Governo. O médico investigador da Escola Nacional de Saúde Pública, Vasco Ricoca Peixoto, aconselha que a realização dos autotestes tenha lugar “imediatamente antes dos momentos de convívio”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os portugueses vão passar a poder realizar autotestes para aceder a actividades ou estabelecimentos para os quais passa a ser exigido um teste com um resultado negativo à covid-19 até dia 2 de Janeiro, anunciou nesta quinta-feira o Governo. O médico investigador da Escola Nacional de Saúde Pública, Vasco Ricoca Peixoto, aconselha que a realização dos autotestes tenha lugar “imediatamente antes dos momentos de convívio”.
Qual o melhor momento para realizar o autoteste?
Se todos fizermos bem os testes, imediatamente antes dos momentos de convívio, é óptimo, mas se tivermos contactos com casos positivos de infecção temos de fazer a restrição de contactos na mesma. Os testes devem ser realizados no exterior dos estabelecimentos.
Nós às vezes temos esta ideia de que só os profissionais de saúde sabem fazer os testes, mas qualquer cidadão bem informado consegue verificar se o teste rápido é mesmo bem feito. Mesmo que haja testes menos bem-feitos, isso já é melhor do que nada. Podemos assumir que há uma elevada percentagem de testes que vai ser correctamente efectuada.
Como deve ser feito o autoteste?
Uma coisa que já percebi em que há muita confusão é que o teste não é para cima. O teste deve ser feito na horizontal, em profundidade na base do nariz, paralelamente ao chão, e junto ao septo nasal. Há aí uma zona que oferece muito menos resistência e é aí que se avança sem grande dor.
De seguida, a zaragatoa deve entrar dois ou três centímetros e deve-se rodar quatro ou cinco vezes, fazer aquelas rotações para colher as células. Por fim, também o número de gotas deve ser o indicado no folheto, não é despejar o frasco todo.
Até que ponto podemos confiar nos autotestes?
Em traços gerais, os testes rápidos podem falhar de 20% a 30% dos casos positivos quando as pessoas têm sintomas. Quando não têm sintomas, podem falhar até 50%. Nos primeiros dias de sintomas é quando os testes funcionam melhor porque a carga viral é mais elevada. Portanto, os primeiros dias de sintomas são a melhor altura porque têm uma sensibilidade de 70% a 80%, ou seja, o teste só deixa passar 20% a 30% dos casos.
O teste PCR é uma técnica que amplifica o RNA, o material genético do vírus e é, geralmente, mais fiável. Contudo, as marcações de testes PCR e de testes rápidos em laboratório estão e vão continuar a ser muito difíceis.
Por isso, se se verificarem sintomas sugestivos de infecção ou se tiver existido um contacto com um infectado, os autotestes com resultado negativo devem ser repetidos e deve-se, nesta fase, assumir que é covid-19.
Face à situação actual, as pessoas devem fazer alguma restrição de contactos, especialmente se um cidadão tiver estado em contacto com um infectado, para termos um pouco mais de segurança, e isto tem de ser um esforço colectivo. Assim, temos muito menos probabilidade de ter hospitais cheios com doentes “covid”.