O voluntariado e o sucesso das vacinas no Reino Unido
Porque se todos queremos ver o fim da pandemia, todos temos de ajudar e o trabalho nos centros de vacinação não tem fim. Só assim foi possível administrar mais de 26 milhões de doses de reforço a metade dos adultos residentes no Reino Unido “and counting”.
Não é apenas uma questão de voluntariado mas de community spirit, de espírito comunitário, de vontade de conhecer quem ao nosso lado mora, de ajudar o outro porque sim, porque é preciso recolher donativos à saída dos transportes, à porta dos supermercados ou nas redes, porque crianças decidiram desenhar corações a giz no chão à entrada de cada casa e ao longo de toda a rua e este sorriso na cara, ou então é preciso entregar comida às famílias em confinamento, dois dedos de conversa com quem mais precisa e todos precisamos.
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Não é apenas uma questão de voluntariado mas de community spirit, de espírito comunitário, de vontade de conhecer quem ao nosso lado mora, de ajudar o outro porque sim, porque é preciso recolher donativos à saída dos transportes, à porta dos supermercados ou nas redes, porque crianças decidiram desenhar corações a giz no chão à entrada de cada casa e ao longo de toda a rua e este sorriso na cara, ou então é preciso entregar comida às famílias em confinamento, dois dedos de conversa com quem mais precisa e todos precisamos.
Não é de hoje e já o tínhamos testemunhado aquando dos Jogos Olímpicos de 2012, impossíveis sem a ajuda dos cerca de 70.000 voluntários nas provas e nas ruas, orientando atletas, espectadores e turistas, organizando provas, prestando primeiros socorros, verificando bilhetes ou massajando os músculos cansados dos participantes, tudo e todos parte intrínseca do sucesso destes Jogos.
O mesmo acontece agora quando tantos são precisos para ajudar na campanha de reforço da vacinação contra o novo coronavírus, e esses tantos já contam mais de 30.000 voluntários entre a organização de centros de vacinação até à administração directa das vacinas.
Basta ter mais de 18 anos, ser saudável e sem factores de risco, residir no Reino Unido e ter tempo, tempo esse tantas vezes pago e disponibilizado pelo próprio empregador, pela própria empresa. E esta vontade de ajudar, em doses generosas por estas paragens.
Porque se todos queremos ver o fim da pandemia, todos temos de ajudar e o trabalho nos centros de vacinação não tem fim entre a desinfecção de cadeiras, a distribuição de panfletos, o registo de pacientes, distribuição de gel desinfectante, desinfecção de mesas, outros tantos dedos de conversa para quem esteja um pouco mais ansioso, um pouco mais preocupado, desinfecção de ainda mais superfícies, organização de filas à entrada dos centros, entre tantas outras tarefas tão simples como essenciais nos tempos que correm.
Só assim foi possível administrar mais de 26 milhões de doses de reforço a metade dos adultos residentes no Reino Unido “and counting”. Não é uma questão de british spirit nem de nacionalismos bacocos, tantas vezes repetidos até à exaustão por quem dirige este país, mas sim educação, formação, um sentido de dever, de vontade de ajudar, porque somos todos iguais, ainda somos todos iguais, ainda mais iguais quando a Humanidade trava mais uma grande batalha, desta feita contra um inimigo invisível, ou dois, o vírus e a ignorância.
Em troca? Em troca basta um “obrigado”, o reconhecimento para quem procura, e faz, a diferença, para quem muda o rumo dos acontecimentos apenas pela sua presença, calma e assertividade. Em troca basta um sorriso quando tantas vezes se entra em lágrimas, lágrimas essas nos rostos de jovens e idosos por igual, seja por medo ou porque se perdeu alguém querido recentemente e nada como ter quem nos ouça quando é mais preciso. Em troca o testemunho de quem vê a sua rua, o seu bairro, bairro este multiplicado por mil a aderir ao esforço de toda uma nação.
Desde a administração da primeira vacina contra o novo coronavírus em Dezembro de 2020, cerca de 118.000 voluntários no Reino Unido contribuíram com 1,9 milhões de horas de trabalho, o seu tempo, a sua vida, em nome dos outros, da vida dos outros.
Se por um lado a batalha ainda não está ganha, por outro aproxima-se rapidamente do fim. Porque estamos todos juntos. Porque queremos acreditar. Basta ajudar.